Política Brasil

Uma reação à narrativa do Jornalista Merval Pereira – Texto de colaborador, coronel PM

Jornalista Merval Pereira
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Não vou esperar o segundo parágrafo deste texto para explicitar meu objetivo: denunciar sua impostura.
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Eu sou um conservador cada dia menos paciente para ouvir e ler o que pessoas do seu recorte ideológico falam e escrevem.
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Este meu texto é reação, senhor Merval.
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Estou reagindo à sua narrativa persuasiva de detentor da verdade.

O senhor é figura de proa da mídia mais poderosa do país, e por décadas vem atuando como promotor indireto de ideias e valores no terreno da cultura e dos costumes, com propósito de ditar o certo e o errado para a nação.

O senhor tenta induzir o leitor a crer que o momento excepcionalmente grave que o país passa de repulsa contra pessoas e instituições, tem origem nas ideias e ações do presidente Bolsonaro. Isso é impostura sua, senhor Merval.

O senhor acha mesmo que o trabalhador que agora se manifesta ruidoso, não vinha há anos insatisfeito em assistir o usufruto de regalias de nobreza de certas estruturas de poder do país?

O senhor acha mesmo que essa quase fúria de nossos dias está assim porque foi seduzida por Jair Messias Bolsonaro?

Que o Presidente criou na imaginação do povo ideias que lá não estavam incomodando como um bode na sala?

Ou senhor acha que o presidente inventou o bode?

Mas o senhor está certo numa coisa. Está sim!
As Polícias Militares do Brasil seguirão o Presidente.

Na defesa da Pátria e da Bandeira!

O senhor, obviamente, como faz sempre que se depara com quem não julga pelo seu juízo, quem não mede com sua régua, irá acusar-nos, Policiais Militares, com qualquer adjetivo torpe.

O senhor, excepcional retórico, tem um estoque inesgotável de etiquetas desqualificadoras para colar nas PMs e nos PMs que reconhecem no presidente o seu líder, na sua postura coerência, e nos seus valores identidade.

Mas, senhor Merval, para ficar ainda mais claro, para que o senhor não me acuse de fazer poesia onde deve haver conteúdo e forma política, respeitosa da lei e dos institutos jurídicos, vou dizer para o senhor o que mobiliza um PM para a luta:

1. Primeiro, passe três décadas desprezando nossos mortos, pisando no sangue honrado dos nossos integrantes derramado Brasil afora, fazendo viúvas, viúvos, órfãos e país eternamente inconsoláveis. Comece desprezando a dor da pele de farda;

2. Depois, passe anos acusando-nos de opressores de minorias e de raças quando temos que enfrentar, no asfalto e nos morros, no campo e nas rodovias, um Conflito Armado tipico de inssureições, mantido por uma Insurgência Criminal dominadora de territórios e comprometedora da soberania nacional. Despreze a ilegalidade desse enclaves mantidos por protetorados criminosos e acuse os PMs de invasão quando ela apenas faz o seu papel.

3. Inverta a lógica das causas da violência, pondo nas costas das polícias essa responsabilidade. Diga que milhares de bandidos portando fuzis de assalto, são as verdadeiras vítimas da sociedade, e as Polícias, nas quais o senhor tenta – mas não vai conseguir – colar o rótulo de cooptáveis por Jair Bolsonaro, são as verdadeiras causas da dor social, e que por isso têm que acabar: uma adesão às propostas da esquerda que o senhor quase deixa escapar na sua retórica.

Senhor Merval. Eu estou apostando que se a luta escancarada para apear o Presidente do poder fizer arrebentar a corda, não apenas as PMs, mas todas as polícias do Brasil seguirão seu Presidente.

Elas estarão no seu lado da corda.

É minha aposta.

Coronel Mário Sérgio Duarte / Revista Sociedade Militar

A Revista Sociedade Militar não necessariamente concorda com textos assinados por colaboradores, a publicação integral é parte de nossa política de discussão livre sobre assuntos relacionados às Forças Armadas, geopolítica e instituições de segurança brasileiras.

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