José Genoíno Neto, político, ex-guerrilheiro que teve condecorações cassadas pelas Forças Armadas, em entrevista ao Opera Mundi diz que militares foram protagonistas para a deposição de Dilma.
Em artigo publicado em meados de 2021 o ex-deputado já havia reafirmado a intenção do PT de “democratizar as Forças Armadas”, acabando com a Justiça Militar da União, reformulando os currículos das escolas militares e – entre outras providências – proibindo qualquer referência elogiosa a ação dos militares na revolução iniciada em 1964.
“Esse processo de democratização inclui o fortalecimento e a reformulação do papel das Forças Armadas, com sua dedicação exclusiva à defesa nacional e a programas de integração territorial. Também são imprescindíveis a aplicação das recomendações prescritas pela Comissão Nacional da Verdade acerca dos direitos humanos e a alteração dos currículos das escolas de oficiais, expurgando valores antinacionais e antidemocráticos como o elogio ao golpe de 1964 e ao regime militar… Achamos necessário a extinção do sistema de justiça militar objetivando diminuir o corporativismo e a impunidade… ”
Genoíno como Ministro da Defesa
Na entrevista que foi ao ar nesse último final de semana de 2021 José Genoíno deixa escapar muitas mudanças devem ser de fato implementadas se a esquerda retornar ao poder, confirmando a extinção de colégios militares, mudanças de currículos, imposição de dificuldades para inserção de militares na política, retorno do ministério da defesa para as mãos de um ministro civil e mudanças no contexto da América do Sul em relação à influência norte americana sobre a região.
Há quem acredite, entre vários motivos, por conta do político ter publicado no site do Partido dos Trabalhadores um extenso artigo sobre as Forças Armadas e concedido seguidas entrevistas sobre esse tema, que há uma antiga pretensão de José Genoíno Neto em assumir a cadeira de Ministro da Defesa caso Lula vença as próximas eleições.
Sobre militares na política
“… o estado não pode investir na formação de um oficial por tantos anos pra ele ser um ministro da saúde… temos que democratizar o estado, as instituições são oligárquicas… “
Sobre a deposição de Dilma
“… atuaram estrategicamente como uma força influenciadora.. Isso é retratado pelo livro do Temer… tiveram papel de protagonista… Bolsonaro foi o cavalo que eles montaram para voltar a ter domínio sobre os assuntos estratégicos, se ele não servir vão buscar um caminho em que se mantenha a influência estratégica… “.
A entrevista foi publicada no Youtube
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