Forças Armadas

Militares e eleições – Minas Gerais e as chances de eleger um candidato com o voto da família militar das Forças Armadas

Nesse artigo discorre-se sobre a parca representatividade que os militares das Forças Armadas possuem no estado de Minas Gerais, onde se concentra o quinto maior número de famílias militares no país.

Na análise leva-se em consideração 2 votos por família militar e a média de votos recebidos pelos 5 parlamentares eleitos com menos votos

O estado de Minas Gerais, embora pouquíssimo mencionado por militares das Forças Armadas no quesito eleições, é o quinto colocado no país em número de famílias militares. Em número de famílias militares, Minas fica depois apenas do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e Brasília. 

Com 33 mil famílias, estima-se que a unidade federativa possa agregar aproximadamente 66 mil votos.

Em 2018 a média dos 5 deputados federais eleitos com menor número de votos em Ninas Gerais foi de 44.008 votos. Portanto, a família militar, usando essa estimativa teria possibilidade de eleger pelo menos 1 deputado federal em Minas Gerais.

Nome e número de votos recebidos em 2018 (5 menos votados e eleitos) Média de votos dos 5 últimos e eleitos
Léo Motta (PSL) – 51.073 votos 44.008
Luis Tibé (Avante) – 50.474 votos
Alê Silva (PSL) – 48.043 votos
Greyce Elias (Avante) – 37.620 votos
Zé Vitor (PMM) – 32.833 votos

Ouvido pela Revista Sociedade Militar, o historiador e cientista político Marcio Rodrigues, que também é militar da reserva remunerada, aponta alguns dados interessantes e relevantes no quesito voto militar em Minas Gerais e a possibilidade de se eleger deputados no estado.

Para o historiador os principais motivos da representatividade nula no estado são:

1 – a falta de interesse dos militares das FA em votar e consequente NÃO transferência do título de eleitor para o estado. 2 – militar tem preconceito em votar em outro militar. 3 – o pessoal do Exército, maior efetivo no estado, é o mais satisfeito com a Força Armada. Portanto, que se sente com menor necessidade de ser representado por políticos militares.

O velho problema que militar não vota em militar… ele tem receio, preconceito… 2020 foi um fracasso a eleição de vereadores militares … lá a imensa maioria dos militares são do Exército… Juiz de Fora pelas características dos quarteis tem muitos militares do Sul do país, e o militar do sul do brasil assim como o carioca tem dificuldade de transferir título… são muito ligados as suas raízes. Tem muito militar em Minas que não vota, o título dele está lá em Santa Maria… A maioria do contingente militar de Minas é do Exército… se formos observar em 2019 a luta pelo Pl1645, vemos que tivemos um baixíssimo engajamento do pessoal do Exército… porque desde 2013 o pessoal do Exército não sente o prejuízo que os outros da Marinha e Aeronáutica tiveram, praticamente pra eles não existe essa questão de lacuna… fora isso temos as melhorias na carreira dos graduados do Exército… agora a ESA é de nível superior, a pessoa sai como tecnólogo…  as preocupações do pessoal do Exército que é a imensa maioria não são as mesmas… são características regionais que acabam impactando nas eleições. Tivemos a Kelma Costa com uma quantidade relativa de votos em 2018… mas não conseguiu se eleger… é o único nome que nós temos em Minas que as pessoas do Brasil conhecem… ”.

Análises sobre o voto militar nos estados, com a participação de militares especialistas

Revista Sociedade Militar

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Sociedade Militar