Forças Armadas

A Amazônia, a França e o verdadeiro temor militar brasileiro de invasões no Extremo Norte

A Amazônia, a França e o real temor militar brasileiro de invasões no Extremo Norte

Recentemente, declarações de militares das Forças Armadas brasileiras, incluindo o general Villas Bôas, ex-comandante do exército brasileiro, sugeriram que o presidente francês Emmanuel Macron poderia ter interesse em intervir na Amazônia brasileira. Essa preocupação tem suas raízes em um histórico de conflitos territoriais com a França, cujo território ultramarino da Guiana Francesa já gerou disputas com o Brasil.

O contexto atual tem como pano de fundo as disputas territoriais que remontam a quase dois séculos, quando as Guianas foram divididas entre as potências coloniais europeias. Desde então, acordos diplomáticos e arbitragens internacionais têm buscado resolver esses conflitos, incluindo a questão do “Território Contestado” entre Brasil e França, que foi resolvida a favor do Brasil em 1900.

Ainda hoje, disputas territoriais persistem entre a Guiana Francesa, Suriname e Guiana Inglesa. Entretanto, o Brasil mantém fronteiras pacíficas com todos os países vizinhos. O vice-presidente general Hamilton Mourão, em 2019, alertou sobre a situação do Amapá, que considera ainda perigosa em relação à França e a necessidade de integrá-lo ao território nacional por rodovias.

A presença da União Europeia na América do Sul, através da Guiana Francesa, gera preocupações quanto à influência francesa na região. Além disso, a França mantém uma base espacial de lançamento de foguetes em Kourou, o que também aumenta o interesse geopolítico na área.

Para proteger a soberania da Amazônia, o Brasil criou o Projeto Calha Norte e o SIVAM (Sistema de Vigilância da Amazônia). Além disso, a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) foi estabelecida há mais de 40 anos, com a participação de todos os países amazônicos, exceto a França, cujo convite para participar foi negado por ser um território ultramarino de um país europeu.

Embora a França e o Brasil tenham mantido boas relações nos últimos 120 anos, o temor militar brasileiro em relação à possível influência francesa na Amazônia persiste. A OTCA ainda enfrenta problemas políticos, financeiros e de coordenação, e a UNASUL, um órgão com propósito estratégico, encerrou suas atividades.

Diante deste cenário, é importante que os países amazônicos e a França busquem uma cooperação efetiva e transparente para garantir a preservação da região e a soberania dos países envolvidos. A diplomacia felizmente é vista como a principal ferramenta para abordar essas preocupações e garantir a paz e a estabilidade na região.

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Sociedade Militar