Segundo longo artigo publicado pelo Financial Times nessa terça-feira, os norte-americanos fizeram um intenso trabalho de dissuasão e se esforçaram para que os militares brasileiros não realizassem qualquer tipo de ação militar para contestar o resultado das urnas. Está registrado no texto que os EUA teriam auxiliado até na na aquisição de componentes para as urnas eletrônicas.
Segundo fonte do Financial times, os militares das Forças Armadas brasileiras foram ameaçados de serem deixados de fora dos treinamentos e operações conjuntas que são realizados com frequência junto dos militares dos Estados Unidos.
Trechos da reportagem completa “A discreta campanha dos EUA para defender a eleição do Brasil”
Artigo de Michael Stott in London, Michael Pooler and Bryan Harris
“… O reforço adicional da mensagem ao alto escalão do Brasil veio da general Laura Richardson, chefe do Comando Sul dos EUA, que cobre a América Latina, durante visitas em setembro passado e novembro de 2021… O chefe da CIA, William Burns, também veio e disse ao governo Bolsonaro para não mexer com as eleições … “
“… Um alto funcionário brasileiro que esteve intimamente envolvido lembra que o ministro da Marinha de Bolsonaro, almirante Almir Garnier Santos, era o mais “difícil” dos chefes militares. “Ele foi realmente tentado para uma ação mais radical”, diz o funcionário. “Então tivemos que fazer todo um trabalho de dissuasão, o departamento de estado e o comando militar dos EUA disseram que iriam romper os acordos [militares] com o Brasil, desde o treinamento até outros tipos de operações conjuntas.”
“…Em 8 de janeiro, milhares de apoiadores de Bolsonaro fizeram uma insurreição em Brasília, invadindo o Congresso, o Supremo Tribunal Federal e o palácio presidencial exigindo intervenção militar. Os militares do Brasil intervieram em poucas horas – mas para reprimir os protestos. Mais de 1.000 manifestantes foram presos.”
Revista Sociedade Militar, com dados de https://www.ft.com/content/07533564-2231-47a6-a7b8-2c7ae330efc5
Deixe um comentário