A missão DART da NASA, sigla para Double Asteroid Redirection Test, realizou a primeira missão de defesa planetária em setembro de 2022, colidindo uma espaçonave com o pequeno asteroide Dimorphos, a cerca de 11 milhões de quilômetros da Terra. O objetivo era testar a possibilidade de desviar um asteroide que pudesse ameaçar nosso planeta, além de coletar dados valiosos sobre a composição e estrutura desses corpos celestes.
Os dados coletados pela DART e sua companheira de viagem, a LICIACube, foram analisados em cinco novos estudos publicados na Nature Communications. Esses estudos desvendaram a origem e a evolução do sistema binário de asteroides Didymos-Dimorphos. Os resultados mostram que Didymos tem aproximadamente 12,5 milhões de anos, enquanto sua pequena lua, Dimorphos, formou-se há menos de 300 mil anos, surpreendendo os cientistas pela sua juventude.
Dimorphos não é um rochedo sólido, mas sim uma pilha de entulhos composta por pedras mal unidas. Essa estrutura, aliada à sua idade jovem, indica que existem várias “gerações” de asteroides formados a partir de colisões maiores. O estudo liderado por Olivier Barnouin, da Universidade Johns Hopkins, sugere que a rotação de Didymos causou a formação de uma anel de detritos que, eventualmente, se uniram para formar Dimorphos.
Outro estudo, conduzido por Maurizio Pajola da Universidade de Auburn, revelou uma distribuição significativa de grandes pedras em Dimorphos, até cinco vezes mais do que em outros asteroides não binários. Esses achados são importantes para entender melhor a formação e evolução de sistemas binários de asteroides.
Além disso, a pesquisa indica que os asteroides são suscetíveis a rachaduras devido aos ciclos de aquecimento e resfriamento, o que pode aumentar a quantidade de detritos expelidos em impactos, como o da missão DART. A Agência Espacial Europeia (ESA) enviará a missão Hera para investigar mais detalhadamente os asteroides e obter imagens de alta resolução dos locais de impacto.
A missão DART não apenas testou nossa capacidade de desviar asteroides, mas também proporcionou uma compreensão mais profunda sobre a formação e evolução dos asteroides binários, fornecendo informações valiosas para futuras missões de defesa planetária.
Fonte: The Conversation