A marinha do Brasil está diante de uma oportunidade estratégica que pode redefinir o futuro da sua defesa marítima. Em um cenário global cada vez mais complexo, onde o controle dos mares se torna vital para a soberania e a segurança nacional, uma proposta revolucionária surge no horizonte: a aquisição de fragatas pesadas indianas da classe Niri, equipadas com o poderoso míssil antinavio BrahMos.
Com a promessa de transferência de tecnologia e a chance de fortalecer a indústria naval brasileira, essa oferta não só pode aumentar o poder de fogo da Marinha do Brasil, mas também impulsionar a criação de empregos qualificados e garantir maior autonomia na defesa de nossa vasta Amazônia Azul. Será este o momento de um novo capítulo na história da defesa marítima nacional? Continue lendo para entender.
Marinha do Brasil pode receber poderoso míssil BrahMos e fragata pesada da Índia
Em uma jogada estratégica para estreitar os laços de defesa com o Brasil, o governo da Índia ofereceu à Marinha brasileira a transferência de tecnologia para a construção local da sua mais moderna fragata pesada: a classe Niri. Este navio vem equipado com tecnologia furtiva (stealth) e poderosos mísseis antinavio BrahMos.
Essa proposta chega no momento em que o Ministério da Defesa brasileiro está iniciando a aquisição de um segundo lote de fragatas leves Tamandaré, composto por quatro a seis embarcações. O primeiro lote, de quatro navios, já está em construção em Itajaí, Santa Catarina, pelo estaleiro Thyssenkrupp (TKMS). Além disso, a expectativa é que um terceiro lote seja encomendado, completando aproximadamente 15 novos navios de guerra para a frota, considerado o número ideal pela Marinha.
Fragatas indianas da classe Niri são navios de grande porte, quase duas vezes maiores que as Tamandaré, crucial para a defesa da vasta Amazônia Azul, a maior zona econômica exclusiva do planeta.
No cenário atual, o Brasil conta com uma única esquadra, baseada no Rio de Janeiro. Entretanto, caso o plano de ativar uma segunda esquadra no litoral norte-nordeste se concretize, seria necessário adquirir mais 15 navios de guerra de superfície, conforme previsões do antigo Plano de Articulação e Equipamento da Marinha (PAEM).
Embora as fragatas Tamandaré sejam altamente modernas e bem armadas, elas são classificadas como fragatas leves, com deslocamento de cerca de 3.500 toneladas. Por outro lado, as fragatas indianas da classe Niri são navios de grande porte, quase duas vezes maiores que as Tamandaré, com um deslocamento de 6.670 toneladas.
Isso confere às fragatas Niri uma maior capacidade de armamento e, principalmente, uma autonomia superior, algo crucial para a defesa da vasta Amazônia Azul, que cobre uma área de 3,6 milhões de quilômetros quadrados e é a maior zona econômica exclusiva do planeta.
Transferência de tecnologia militar permitiria que o Brasil construa as poderosas fragatas de guerra no estaleiro ICN, RJ
Para competir com os alemães da TKMS, que já fabricam as fragatas Tamandaré em território brasileiro, o estaleiro estatal indiano Mazagon Dock Limited (MDL) ofereceu a transferência de tecnologia, permitindo que o Brasil construa essas avançadas embarcações de guerra localmente.
Ainda não está definido como essa transferência de tecnologia seria realizada. Uma possibilidade seria a construção de um novo estaleiro no Brasil, enquanto outra opção seria a compra de um estaleiro já existente, como fez a TKMS. Há ainda a possibilidade de o MDL prestar apoio técnico a estaleiros brasileiros, como o ICN, localizado em Itaguaí, no Rio de Janeiro, ou o Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, para a produção das fragatas.
Brasil tem interesse no poderoso míssil BrahMos para equipar submarinos da Marinha, caças Gripen da Força Aérea (FAB), além de uma versão para artilharia de costa do Exército
A oferta das fragatas Niri está relacionada ao interesse do Ministério da Defesa no míssil antinavio BrahMos, cuja versão mais recente tem alcance de até 900 km. Já houve discussões sobre o possível uso desse míssil pelas Forças Armadas brasileiras, tanto para equipar o submarino nuclear em desenvolvimento, quanto os caças Gripen da Força Aérea Brasileira (FAB), além de uma versão para artilharia de costa do Exército Brasileiro.
Se a Marinha optar pela compra das fragatas da classe Niri, o Brasil se beneficiaria com a geração de empregos qualificados, a absorção de novas tecnologias militares e a redução da dependência da tecnologia de origem OTAN, algo estratégico para o país. Além disso, o novo navio teria maior autonomia para patrulhar a extensa Amazônia Azul, e o míssil BrahMos, com alcance três vezes maior que o Mansup, traria uma vantagem significativa em termos de defesa.
Por outro lado, o uso do míssil nacional Mansup seria limitado, ficando restrito às fragatas Tamandaré e, talvez, a futuras baterias de artilharia de costa dos Fuzileiros Navais. Outro ponto desfavorável seria o tempo necessário para a entrega das fragatas indianas, que poderia ser mais longo, já que seria necessário definir como essas embarcações seriam produzidas no Brasil.
A construção de um novo estaleiro não é rápida, e mesmo que o MDL adquira um estaleiro existente ou apoie tecnicamente os estaleiros brasileiros, o processo seria mais demorado do que a construção de um segundo lote de fragatas Tamandaré, que já está em andamento no estaleiro de Itajaí, em Santa Catarina.