Desde que existem batalhas, os exércitos estão conscientes de que uma das habilidades que mais podem lhes trazer benefícios é a de burlar o controle inimigo. Nessa disputa, a Marinha dos EUA conseguiu obter uma valiosa superioridade naval submarina graças a submarinos como os da classe Virginia ou Ohio, modernos veículos de propulsão nuclear que se destacam pela navegação silenciosa, pero isso acaba de mudar graças a uma nova tecnologia da China.
China mostra força militar com novas tecnologias da marinha
China mostra força militar. E embora tenha feito isso em um nível teórico e em um ambiente quase acadêmico, sua mensagem foi suficientemente clara para que alguns já vejam uma ameaça à fortaleza submarina que os EUA desfrutam nos oceanos. Em um estudo científico, pesquisadores afirmam ter encontrado uma maneira de detectar rastros de submarinos. Sim, mesmo dos modelos mais avançados. E sim, mesmo quando eles navegam a longas distâncias.
Origem do estudo revolucionário
Mas… De onde vem o estudo? De uma das revistas revisadas por pares mais respeitadas da China, a Chinese Journal of Ship Research, publicação que tem por trás uma instituição com uma longa trajetória no campo da engenharia naval. O artigo foi publicado no ano passado e se baseia no trabalho do Instituto Fujian de Pesquisa sobre Estrutura da Matéria, ligado à Academia Chinesa de Ciências (CAS). À frente dos pesquisadores está Zou Shengnan. Marinha
Detecção de submarinos com detector magnético ultrasensível
E o que ele diz? Que com a ajuda de um detector magnético ultrasensível é possível localizar submarinos. Mesmo a longas distâncias e mesmo os modelos mais avançados. Para chegar a essa conclusão, Shengnan e seus colegas usaram modelos computacionais que lhes permitiram descobrir se poderiam localizar as bolhas geradas por um submarino de propulsão nuclear —como os das classes Ohio e Virginia, orgulho dos EUA— à medida que avançam em alta velocidade. O resultado é promissor, pelo menos para os interesses do gigante asiático.
“Oferece uma nova solução para a detecção e rastreamento de submarinos”, expõem os pesquisadores chineses em seu artigo, destacando que o sinal de frequência extremamente baixa das bolhas de um submarino pode ser mais forte do que a sensibilidade dos detectores avançados de anomalias magnéticas. Marinha
Importância e desafios da nova tecnologia da Marinha da China
Por que é importante? Tanto pelo seu potencial quanto pela “pista” de que se aproveita: as bolhas são geradas à medida que o submarino avança em velocidade de cruzeiro e a água flui pelo casco. Para tirar proveito de sua proposta, os pesquisadores ainda têm trabalho pela frente.
O que os pesquisadores chineses fazem é aproveitar o efeito magnetohidrodinâmico (MHD), as emissões das bolhas de cavitação e sinais de frequência muito baixa que podem se deslocar a grandes distâncias. Suas conclusões também têm outro uso: “Fornece uma referência para a seleção de frequências de comunicação eletromagnética para submarinos de alta velocidade”. Marinha
Desafios e limitações da nova tecnologia de detecção
É uma tecnologia perfeita? É uma tecnologia fruto da necessidade e que enfrenta seus próprios desafios. No campo militar, tanto os métodos de detecção quanto as contramedidas avançam, buscando precisamente burlar seu alcance graças a táticas como o uso de materiais de baixo magnetismo ou o design.
Os especialistas buscam novas fontes de sinais, mas, como relata o South China Morning Post, esse esforço enfrenta seus próprios desafios: o desaparecimento do sinal quando os submarinos reduzem sua velocidade ou param, interferências, o ruído eletromagnético natural, os sinais gerados pelo homem ou as turbulências no fluxo de água, o que pode distorcer as bolhas e os sinais. Marinha