O Brasil está caminhando para desenvolver um sistema militar conhecido como A2/AD, sigla em inglês para anti-acesso e negação de área. Essa estratégia tem como objetivo impedir ou retardar a aproximação de esquadras invasoras, protegendo o território nacional. A China e a Rússia são os países que possuem as versões mais avançadas dessa tecnologia atualmente.
A fase inicial, chamada de A2, envolve impedir o avanço de navios inimigos em águas internacionais. Nessa etapa, o Brasil pode contar com submarinos modernos, como os da classe Tikuna e os novos modelos Riachuelo, fabricados em Itaguaí (RJ). Esses submarinos são considerados essenciais para ameaçar frotas de grande porte antes que elas se aproximem da costa.
Além dos submarinos, o Brasil também aposta em aeronaves de patrulha naval. A Embraer está desenvolvendo uma versão do cargueiro KC-390 equipada com radares e mísseis anti-navio Harpoon. Esse modelo promete ampliar a capacidade de defesa do país em mar aberto, permitindo ataques de longa distância contra embarcações inimigas.
Na segunda fase, conhecida como AD, a estratégia foca na negação de acesso às áreas costeiras. Para isso, o Brasil conta com radares de longo alcance fabricados pela empresa IACIT, de São José dos Campos (SP). Esses radares podem identificar navios inimigos a mais de 370 km da costa, superando a curvatura da Terra.
Outro destaque são as baterias de artilharia de costa, desenvolvidas pela SIATT em parceria com a Marinha. Recentemente, a empresa realizou testes bem-sucedidos do míssil anti-navio Mansup, lançado pelo sistema Astros 2020. Essa inovação coloca o Brasil entre os poucos países capazes de produzir tais equipamentos.
Apesar dos avanços, especialistas apontam a necessidade de ampliar os investimentos em quantidade e infraestrutura. Atualmente, o Brasil possui apenas um radar OTH, quando seriam necessárias pelo menos 25 unidades para cobrir toda a Zona Econômica Exclusiva.
Com investimentos adicionais e expansão da produção, o Brasil pode consolidar sua posição como uma potência em defesa naval, criando um verdadeiro “cemitério de porta-aviões” capaz de dissuadir ameaças e proteger seus recursos marítimos.
Com informações de: Top Militar LHB