Em mais um episódio que acirra as tensões no mar Báltico, autoridades europeias investigam o corte de cabos submarinos que conectam países da região, levantando suspeitas sobre a participação da Rússia. A ação, descrita como possível sabotagem, reforça preocupações com ataques híbridos e vulnerabilidades na infraestrutura crítica do continente.
Os cabos submarinos, responsáveis por transportar 95% das comunicações globais, incluindo dados financeiros e militares, são considerados alvos estratégicos. Apesar do avanço das comunicações via satélite, como o sistema Starlink, a dependência dessas estruturas ainda é massiva, tornando-as suscetíveis a ataques e sabotagens.
Casos recentes de danos a cabos de fibra ótica e redes de eletricidade intensificaram as suspeitas. Em novembro de 2024, cabos conectando Finlândia, Alemanha e Suécia foram cortados. Mais recentemente, no Natal de 2024, o est link 2, que transfere energia entre Finlândia e Estônia, também sofreu graves danos, levando à apreensão de um navio suspeito.
Investigações apontam para o petroleiro Eagle S, registrado nas ilhas Cook, como possível responsável pelos ataques. A embarcação estaria ligada à chamada “frota fantasma” de Vladimir Putin, utilizada para transportar e vender petróleo russo em violação das sanções ocidentais. Essa prática também tem sido usada como disfarce para atividades de sabotagem.
A Rússia é frequentemente citada como um dos principais atores em guerras híbridas, utilizando estratégias não convencionais para desestabilizar adversários sem provocar confrontos diretos. Ataques a cabos submarinos são vistos como um meio de enfraquecer a infraestrutura crítica europeia, criando caos e desconfiança.
Em resposta, países como Finlândia, Alemanha e Suécia estão reforçando medidas de segurança e monitoramento dessas redes vitais. Alianças internacionais, incluindo a OTAN, também discutem soluções conjuntas para proteger cabos submarinos e evitar novos ataques.
Esses incidentes ressaltam a vulnerabilidade das infraestruturas modernas e a necessidade de a Europa se preparar para responder a ameaças híbridas. A investigação segue em andamento, enquanto governos europeus permanecem em alerta diante do crescente risco de sabotagens e escaladas nas tensões geopolíticas.
Com informações de: Hoje no mundo militar