Nos anos 1980, em meio à tensão da Guerra Fria, o Exército dos Estados Unidos iniciou o desenvolvimento do RAH-66 Comanche, um helicóptero furtivo de reconhecimento e ataque. Criado para substituir aeronaves desgastadas pelo uso na Guerra da Coreia e no Vietnã, o projeto buscava modernizar a frota militar e manter a vantagem estratégica sobre a União Soviética.
O programa, conhecido como Light Helicopter Experimental (LHX), tinha como objetivo criar um helicóptero versátil para diversas funções. Em 1991, o consórcio Boeing-Sikorsky venceu o contrato de US$ 2,8 bilhões para a produção de protótipos. Com design avançado inspirado em aeronaves furtivas, como o F-117 Nighthawk, o Comanche prometia ser ágil, silencioso e altamente letal.
Equipado com sistemas eletrônicos de última geração e armamentos avançados, o Comanche era capaz de carregar mísseis Hellfire e Stinger, além de um canhão rotativo de 20 mm. Ele foi projetado para missões de reconhecimento e ataques precisos, oferecendo proteção contra armas químicas e biológicas em sua cabine dupla.
O primeiro protótipo foi revelado em 1995 e realizou seu voo inaugural em 1996. No entanto, apesar de avanços tecnológicos impressionantes, o projeto enfrentou desafios técnicos e orçamentários. Problemas de software, peso excessivo e custos elevados colocaram o programa sob constante escrutínio.
Com o fim da Guerra Fria e mudanças nas prioridades militares após os atentados de 11 de setembro de 2001, o Exército reduziu os pedidos pela aeronave. Em 2004, após duas décadas e US$ 7 bilhões gastos, o projeto foi oficialmente cancelado.
Apesar do fim precoce, tecnologias desenvolvidas no Comanche continuam influenciando projetos atuais, como o helicóptero SB-1 Defiant, também desenvolvido pela Boeing-Sikorsky. Os dois protótipos remanescentes estão em exibição no Museu de Aviação do Exército dos EUA, preservando o legado desse ambicioso projeto.
Com informações de: USA Military Channel