Por trás das guerras, quem realmente lucra com os conflitos armados?
A vida militar sempre esteve envolta em uma aura de sacrifício, patriotismo e coragem. No entanto, há um lado obscuro nesse cenário, uma face que questiona os reais interesses por trás das guerras e dos conflitos.
Ao observar os custos de armamentos modernos e o papel das indústrias militares, algumas verdades incômodas emergem. Jovens soldados são enviados ao campo de batalha para operar equipamentos caríssimos e enfrentar a morte frente à frente, enquanto aqueles que lucram com a guerra permanecem em seus escritórios, longe do perigo.
O que vale mais? Um míssil ou um soldado?
Um exemplo que ilustra essa disparidade é o míssil Javelin, amplamente utilizado por tropas americanas em guerras recentes. O custo unitário de um míssil Javelin ultrapassa US$ 175.000,00. Já o salário anual de um soldado americano gira em torno de US$ 40.000,00.

Durante a invasão ao Afeganistão, unidades americanas estavam equipadas com esses mísseis, mesmo que os combatentes locais sequer possuíssem divisões blindadas significativas. Essa discrepância levanta a pergunta: por que tanto investimento em armas tão caras quando o inimigo está longe de ser uma ameaça tecnológica comparável?
Indústria da Guerra: quem são os verdadeiros beneficiários?
O lado mais perturbador e obscuro não está apenas nos custos elevados de equipamentos, mas na existência de complexos industriais-militares inteiros dedicados a lucrar com a guerra. Esses complexos, controlados por um pequeno grupo de magnatas e empresários, fazem fortunas enquanto os soldados enfrentam o perigo no campo de batalha.
Essas pessoas e suas famílias jamais pisarão em uma zona de combate. Para eles, a guerra é um negócio, não uma realidade. Quanto mais frequentes os conflitos, mais eles vendem – e mais lucram.
Os lucros dessas indústrias não vêm apenas da fabricação de armas, mas da constante inovação e necessidade de substituição. Granadas e morteiros já não são suficientes. O mercado exige armas de alto custo, como mísseis no valor de carros de luxo, que são usados contra inimigos equipados com armamentos antigos e desgastados.
O paradoxo é evidente: enquanto soldados arriscam suas vidas operando essas armas modernas, os alvos são, muitas vezes, equipamentos ultrapassados que poderiam ser neutralizados com armamentos muito mais simples e baratos.
O soldado e o lucro: uma questão moral
É inegável que os militares merecem o melhor equipamento possível para garantir sua segurança em combate. Mas a questão central é: qual o limite entre oferecer proteção aos soldados e explorar a guerra como um mercado lucrativo?
Para os soldados, o equipamento é uma ferramenta de sobrevivência. Para os vendedores, é apenas mais uma mercadoria. Essa diferença de interesses cria uma tensão moral difícil de ignorar.
Essa desconexão entre os interesses dos soldados e das indústrias bélicas reflete o lado mais sombrio da vida militar. No fim das contas, quem lucra com a guerra está mais interessado em garantir vendas do que em evitar conflitos.
Fontes:: Salaries of U.S. Army Soldiers / Missile_Procurement_Army