A crise na Venezuela continua a atrair a atenção internacional em meio a acusações de tráfico de ouro para o Irã e a Rússia, supostamente em troca de armamentos. A situação se agrava com a prisão do militar argentino Nahuel Agustín Galo, condenado por terrorismo após ser detido enquanto visitava sua família no país.
Relatórios sugerem que o regime de Nicolás Maduro estaria utilizando o ouro venezuelano para financiar operações do Hezbollah no Oriente Médio, por meio do Irã, e adquirir equipamentos militares da Rússia. A informação foi divulgada pelo canal Militarizando o Mundo. A questão central levantada pelo autor é: por que a Venezuela está financiando aliados e comprando armamentos? As denúncias levantam preocupações sobre a militarização do governo chavista e sua aliança com potências opositoras ao Ocidente.
A prisão de Nahuel Galo, suboficial do exército argentino, gerou forte reação diplomática. Detido na fronteira com a Colômbia em dezembro de 2024, Galo possuía documentação legal para entrar no país, mas foi acusado de espionagem e, posteriormente, de terrorismo. O governo argentino exige sua libertação imediata.
A situação diplomática entre Argentina e Venezuela já era tensa, agravando-se após a invasão da embaixada argentina em Caracas. O incidente, que violou tratados internacionais, aumentou os temores sobre a segurança de opositores políticos abrigados em representações estrangeiras.
Além das tensões políticas, a crise econômica venezuelana se aprofunda devido às sanções internacionais e à dependência de parceiros controversos. A exportação ilegal de ouro é vista como uma tentativa desesperada de sustentar o regime em meio ao isolamento global.
A Venezuela estaria enviando ouro a outros países, como Irã e Rússia, principalmente por razões econômicas e estratégicas. Esses envios de ouro são motivados por diversos fatores:
- Evitar sanções internacionais:
- A Venezuela enfrenta sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos e por outros países ocidentais, que restringem o acesso do regime de Nicolás Maduro ao sistema financeiro global.
- Com as contas bancárias bloqueadas e as transações em dólares limitadas, o governo recorre ao ouro como uma forma alternativa de pagamento e troca comercial.
- Financiamento de aliados e compra de armamentos:
- Relatórios indicam que o ouro é usado para financiar grupos aliados, como o Hezbollah, por meio do Irã, e para adquirir armamentos da Rússia.
- Essas transações fortalecem a posição militar do regime de Maduro e garantem apoio político e estratégico contra os Estados Unidos e seus aliados.
- Manutenção do regime chavista:
- A venda de ouro permite ao governo obter recursos financeiros para sustentar a máquina estatal, pagar funcionários públicos, financiar programas sociais e manter a lealdade das forças armadas.
- Com a economia venezuelana em colapso e a hiperinflação corroendo o valor da moeda local, o ouro se tornou um ativo vital para garantir liquidez.
- Desvio de riquezas nacionais:
- Há suspeitas de que parte do ouro exportado seja utilizado para enriquecer membros do governo e empresários aliados ao regime, por meio de operações clandestinas.
- Parcerias estratégicas para contornar o isolamento:
- Aliando-se a países como Irã e Rússia, a Venezuela busca apoio contra as pressões internacionais e preserva rotas alternativas para comércio e importação de bens essenciais.
Essas práticas, no entanto, agravam a crise econômica interna e ampliam o isolamento diplomático, tornando a Venezuela ainda mais dependente dessas parcerias controversas.
Com um prazo até janeiro de 2025 para a transição política imposto pelos Estados Unidos, o governo Maduro enfrenta crescente pressão externa. No entanto, especialistas alertam que essa medida pode levar a reações violentas, colocando toda a América do Sul em estado de alerta.