Em uma entrevista ao vivo à CNN Brasil, o governador do Amapá, Clécio Luiz (Solidariedade-AP), fez um apelo contundente em meio à escalada de tensões envolvendo a Venezuela. Reagindo ao silêncio do governo federal diante das recentes ameaças de Nicolás Maduro, o governador declarou preocupação com a segurança regional, especialmente após o avanço do regime venezuelano rumo a um cenário de ditadura e as provocações militares na região Amazônica.
“Bom, a nossa posição aqui é muito clara: é uma eleição muito conturbada, ilegítima, um processo que vem se agravando para uma ditadura – avançou rapidamente para uma ditadura mesmo – e nós não concordamos, e lamentamos muito porque a Amazônia, embora o estado do Amapá não esteja tão perto quanto muitos achem que fique da Venezuela, mas afeta toda a região. Essa região do contestado aí entre a República da Guiana e a Venezuela…”, desabafou Clécio Luiz, em tom de indignação e alerta.
A declaração ocorre em meio à crescente preocupação internacional com a disputa territorial entre a Venezuela e a Guiana pela região do Essequibo, rica em petróleo. Maduro prometeu publicamente anexar a área, gerando tensões com países vizinhos e levantando temores de militarização na América do Sul.

Embora o Amapá não seja diretamente impactado pela crise migratória venezuelana, o governador destacou a relevância estratégica da região, que inclui a fronteira com a Guiana Francesa, Suriname e proximidade com a Venezuela. Ele alertou para o risco de que conflitos possam prejudicar o comércio e o desenvolvimento sustentável na Amazônia, além de ameaçar a soberania brasileira.
Relatos não confirmados de violações do espaço aéreo brasileiro por aeronaves venezuelanas intensificaram o clima de alerta, enquanto a resposta do governo federal ainda não foi claramente articulada. O silêncio de Brasília contrasta com as preocupações manifestadas pelas autoridades regionais, que temem a instabilidade política e a crise humanitária cada vez mais aguda.
Clécio Luiz também enfatizou a importância de garantir a paz para viabilizar projetos de exploração petrolífera na foz do Amazonas, defendendo critérios rigorosos de preservação ambiental e o uso dos recursos para melhorar os indicadores sociais do estado. “A Amazônia é estratégica não só para o Brasil, mas para o continente inteiro”, reforçou o governador.