A FAB (Força Aérea Brasileira) interceptou 3.382 aviões por voos suspeitos em todo o país de 2020 a 2024. Os números foram levantados pelo jornal Estadão e revelados nesta sexta-feira, 14 de fevereiro, pelo jornalista José Maria Tomazela.
De acordo com o levantamento, na maioria dos casos havia a suspeita de tráfico de drogas. Além disso, grande parte dos voos era procedente de países vizinhos, como Paraguai, Peru, Bolívia, Colômbia e Venezuela.
Apesar do número ser grande, ele vem caindo praticamente ano a ano, com exceção da passagem de 2020 para 2021, quando houve um recorde. De 2020 a 2024, a queda de aeronaves interceptadas pela FAB foi de 58,13%.
2020: 984 aeronaves interceptadas
2021: 1.147 aeronaves
2022: 435 aeronaves
2023: 404 aeronaves
2024: 412 aeronaves
De acordo com o artigo 303 da Lei número 7.565/1986, a aeronave pode ser detida por autoridades aeronáuticas se voar no espaço aéreo brasileiro com infração das convenções ou atos internacionais, desrespeitar a obrigatoriedade de pouso em aeroporto internacional e para verificação de sua carga no caso de restrição legal ou de porte proibido de equipamento, averiguação de ilícito e exame dos certificados e outros documentos indispensáveis.
A mesma lei afirma que, esgotados os meios coercitivos legalmente previstos, a aeronave será classificada como hostil e ficará sujeita à medida de destruição.
No último dia 11 de fevereiro, um avião de pequeno porte oriundo da Venezuela que transportava drogas foi interceptado e abatido pela Força Aérea Brasileira ao entrar no espaço aéreo nacional.
Ao ser localizada e interceptada, a aeronave suspeita não se identificou pelo rádio, nem modificou a rota para pousar em um aeródromo próximo.
Foram disparados tiros de advertência, também sem sucesso. Com isso, o avião foi classificado como hostil e alvejado com tiro de detenção para impedir a continuidade do voo. Na ação, que teve o apoio da Polícia Federal, foram identificados a presença de drogas e dois homens sem vida.