O homem que sobreviveu a um pelotão de fuzilamento – porque a morte também erra
Se você acha que já teve um dia ruim, é porque ainda não ouviu falar de Wenseslao Moguel. Esse cara foi condenado à morte sem sequer ter direito a julgamento. Moguel foi metralhado por um pelotão de fuzilamento, levou um tiro à queima-roupa na cabeça, caiu no chão ensanguentado… e, mesmo assim, sobreviveu.
Isso aconteceu em 18 de março de 1915, durante a Revolução Mexicana. Foi um período em que as execuções sumárias eram quase tão comuns quanto uma troca de governo. Wenseslao Moguel foi pego pelas forças inimigas e recebeu sua sentença sem direito a apelação – o que, naquela época, era um eufemismo para “levem ele pro paredão e resolvam logo isso”.
Nem sempre as coisas saem como planejado
Na hora da execução, não foram economizadas balas. Wenseslao Moguel levou pelo menos oito tiros pelo corpo. Além disso, também foi alvo do famoso tiro de misericórdia na cabeça, aquele disparo final para garantir que o condenado não saia andando depois.
Deveria ser o suficiente, certo? Só que, contra todas as probabilidades, ele não morreu. Simplesmente ficou lá, caído no chão, ferido, sangrando, mas ainda respirando.
No dia seguinte, alguém – cuja identidade nunca foi confirmada – o encontrou ainda vivo e tratou seus ferimentos. E por algum capricho do destino, Wenseslao Moguel conseguiu se recuperar totalmente. Quer dizer, quase totalmente. Seu rosto ficou deformado para sempre, porque um tiro na cabeça não costuma ser algo que se resolve com um simples curativo.
Mas ele não só sobreviveu como virou uma espécie de herói popular no México, ganhando o apelido de “El Fusilado” (O Fuzilado). E, como qualquer história surreal merece um final à altura, ele ainda se tornou uma pequena celebridade nos anos 1930, chegando a dar uma entrevista para o programa de rádio de Robert Ripley, Acredite se Quiser, em 1937.
O homem que desafiou a estatística – e a punição mexicana
Wenseslao Moguel é a prova viva de que às vezes nem mesmo um pelotão de fuzilamento consegue tirar a vontade de viver de um homem. A história dele também expõe o lado brutal da Revolução Mexicana, onde execuções sem julgamento eram corriqueiras – e a incompetência em algumas delas também.
Se existe um motivo para acreditar em milagres (ou em sorte extrema), talvez seja esse: se um cara que levou nove tiros, incluindo um na cabeça, conseguiu seguir em frente, será que seu problema do dia a dia é realmente tão grande assim?