O Governo Federal vai investir R$ 112,9 bilhões, combinando recursos públicos e privados, para fortalecer a indústria de defesa brasileira. O anúncio aconteceu no Palácio do Planalto, durante um evento que também celebrou o primeiro ano da Nova Indústria Brasil (NIB).
A cerimônia reuniu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin, além de representantes do governo, da sociedade civil e do setor produtivo. Durante o evento, o governo apresentou as metas da Missão 6, que pretende ampliar as bases tecnológicas do Brasil e estimular a inovação no setor de defesa, tornando o país mais competitivo no mercado global.
Investimento em pesquisa, tecnologia e defesa
Para Geraldo Alckmin, a indústria de defesa vai muito além da segurança nacional. Segundo ele, o setor é essencial para o desenvolvimento de tecnologias de ponta, que fazem parte do nosso dia a dia, como o GPS e os drones. Ele destacou o cargueiro KC-390, da Embraer, como exemplo de inovação nacional, reforçando que a Missão 6 será decisiva para aumentar os investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação (P&D), colocando o Brasil em uma posição de destaque no mercado internacional.
Missão 6 movimenta R$ 112,9 bilhões para projetos estratégicos
A Missão 6 prevê R$ 112,9 bilhões em investimentos, sendo R$ 79,8 bilhões de recursos públicos e R$ 33,1 bilhões do setor privado. O PAC Defesa desempenha um papel importante nesse processo, destinando R$ 31,4 bilhões a projetos estratégicos, como o caça Gripen, o cargueiro KC-390, viaturas blindadas, fragatas e submarinos.
Enquanto isso, o setor privado deve investir R$ 23,7 bilhões no segmento aeroespacial e de defesa, R$ 8,6 bilhões no setor nuclear e outros R$ 787 milhões em segurança e inovação. Durante o evento, a Finep e o BNDES assinaram um contrato com a Embraer para desenvolver novos projetos, reforçando a aposta na tecnologia brasileira.
Brasil mira domínio estratégico em satélites, veículos lançadores e radares
A Missão 6 também quer fortalecer três cadeias produtivas prioritárias: satélites, veículos lançadores e radares. Essas áreas foram escolhidas pelo potencial de gerar empregos qualificados e aumentar as exportações de tecnologia de ponta.
A meta é que, até 2026, o Brasil domine 55% das tecnologias críticas e alcance 75% até 2033. Hoje, o país já domina 42,7% dessas tecnologias, graças a 39 projetos de pesquisa e desenvolvimento (P&D) conduzidos por instituições como o MDIC, Finep, Agência Espacial Brasileira e os ministérios da Defesa e da Ciência, Tecnologia e Inovação.
Apoio do BNDES e perspectivas de futuro
A Finep já investiu R$ 4,2 bilhões em projetos estratégicos, como o reator multipropósito brasileiro e o foguete para veículos hipersônicos, com mais R$ 331 milhões previstos para novas iniciativas. Além disso, o BNDES e o Banco do Brasil já financiaram R$ 23,75 bilhões em exportações do setor de defesa e planejam mais R$ 20 bilhões até 2026 para novos projetos.
Indústria brasileira movimenta trilhões em investimentos
A indústria nacional já movimenta R$ 3,4 trilhões, somando recursos públicos e privados. O Plano Mais Produção (P+P), braço financeiro da NIB, destinou R$ 1,1 trilhão em investimentos públicos para acelerar o desenvolvimento tecnológico.Em suma Ao mesmo tempo, o setor produtivo anunciou R$ 2,24 trilhões para fortalecer a produção nacional nos próximos anos.
Com esses investimentos, o Brasil se prepara para um futuro mais competitivo e sustentável, apostando na inovação e em parcerias público-privadas. Além de promover crescimento econômico, a iniciativa reforça a soberania nacional e gera novas oportunidades no mercado global.