Oficial Brasileiro se destaca em curso nos EUA
Mais um oficial brasileiro brilhou em um curso militar nos Estados Unidos. O Capitão Thiago Sadayoshi Guibo ficou em segundo lugar entre 30 alunos internacionais no Maneuver Captains Career Course (MCCC), em Fort Moore, Geórgia. O curso, uma espécie de treinamento avançado para capitães, contou com participantes de 20 países aliados, além do Exército e dos Fuzileiros Navais dos EUA.
A conquista de Guibo não foi pouca coisa. Além da excelente colocação, ele entrou para a Commandant’s List, grupo formado pelos 20% melhores alunos da turma. Trata-se de um reconhecimento de mérito para militares que se destacam em liderança, estratégia e desempenho físico.
O quanto isso realmente beneficia o Brasil?
Brasil no jogo da cooperação militar
A participação de militares brasileiros em cursos estrangeiros não é novidade. O Exército mantém um fluxo constante de oficiais em programas de intercâmbio militar nos EUA, Europa e até em Israel. Oficialmente, o objetivo é aprimorar habilidades de liderança e táticas militares, fortalecer laços internacionais e melhorar a interoperabilidade entre as forças.
Mas, para além do discurso oficial, há o lado prático da coisa: quanto mais o Brasil se integra a esse tipo de treinamento, mais ele se alinha à doutrina militar dos EUA. Isso pode ser bom ou ruim, dependendo do ponto de vista.
Os brasileiros vão, aprendem, absorvem doutrinas e táticas estrangeiras, mas quantos oficiais americanos vêm estudar no Brasil?
O curso do MCCC
O MCCC dura 27 semanas e prepara os oficiais para comandar subunidades e integrar Estados-Maiores. O foco é sobretudo a aplicação de Forças-Tarefa em combate, com integração de inteligência, artilharia, engenharia, aviação e logística. Basicamente, um treinamento intensivo para operações modernas.
Mas o Brasil realmente precisa desse tipo de formação? Afinal, a realidade militar brasileira é completamente diferente da dos EUA. Enquanto o exército americano foca em operações no Oriente Médio e na contenção de ameaças globais, o Brasil lida com desafios bem mais específicos, como segurança de fronteira, combate ao narcotráfico e missões de paz.
Claro, aprender com os melhores sempre é positivo. Mas será que estamos formando oficiais para as necessidades do Brasil ou apenas criando militares altamente treinados para se encaixar em estratégias americanas?
O futuro militar do Brasil e EUA
A excelente performance do Capitão Guibo é um reflexo do preparo dos oficiais brasileiros. Mas também levanta questões sobre o futuro da nossa estratégia militar.
Até que ponto vale a pena essa dependência doutrinária dos EUA? Estamos realmente fortalecendo nossa capacidade de defesa ou apenas nos tornando um satélite da política militar americana?