O Exército Brasileiro está preocupado com a possibilidade de cortes nos investimentos em defesa diante do cenário de corrida armamentista global. Segundo apuração da analista Jussara Soares, em parceria com o diretor em Brasília Daniel Hitner, da CNN Brasil, o alto comando da força terrestre tem levado ao governo um alerta sobre a importância de manter os investimentos militares, mesmo diante do aperto fiscal.
O orçamento previsto para o Ministério da Defesa em 2025 é de R$ 133 bilhões, mas cerca de 90% desse valor está destinado ao custeio de pessoal, restando pouco para investimentos. Nos últimos anos, os recursos voltados para projetos estratégicos têm sido alvo de cortes orçamentários, e a tendência de bloqueios e contingenciamentos no governo atual acende um sinal de alerta entre os militares.
Entre os projetos considerados essenciais pelo Exército estão o desenvolvimento de submarino nuclear, aquisição de caças, monitoramento de fronteiras, sistemas de mísseis e avanços tecnológicos como drones e defesa antiaérea. Além disso, há preocupação com a necessidade de um segundo satélite geoestacionário para comunicações seguras em áreas remotas, visto o crescente uso do Starlink.
A corrida militar no mundo tem sido intensificada por conflitos como a guerra na Ucrânia e tensões regionais na América do Sul, como a disputa entre Venezuela e Guiana. Enquanto países como Polônia e França ampliam seus investimentos em defesa, o Exército argumenta que o Brasil não deveria reduzir sua capacidade militar em um momento de incertezas globais.