A defesa aérea é um dos pilares fundamentais para garantir a soberania nacional das Forças Armadas, especialmente em um mundo onde ameaças aéreas evoluem constantemente. O Exército Brasileiro tem buscado um sistema antiaéreo de médio e longo alcance, como o KM-SAM para reforçar suas capacidades defensivas, já que, atualmente, suas opções se limitam a sistemas de curto alcance, como relatam alguns especialistas.
Hoje, as Forças Armadas contam com o Igla-S, um míssil terra-ar portátil russo, o RBS 70, de origem sueca e guiado por laser, e o Gepard 1A2, equipado com dois canhões de 35 mm, desenvolvido na Alemanha. No entanto, esses sistemas são insuficientes para interceptar ameaças a altitudes médias e elevadas, deixando uma brecha significativa na defesa aérea brasileira.
Será o KM-SAM a melhor opção de defesa antiaérea para o Brasil?
Diante desse cenário, a busca por um sistema antiaéreo avançado se intensificou. E é nesse contexto que surge o KM-SAM, um moderno sistema de defesa antiaérea da Coreia do Sul, que já vem conquistando mercados internacionais. Mas será ele a melhor opção para o Brasil?
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Requisitos do novo sistema de defesa antiaéreo brasileiro: controle altamente avançado, equipados com radares de última geração
Para suprir essa lacuna na defesa aérea nacional, o Exército Brasileiro estabeleceu uma série de critérios técnicos para o novo sistema antiaéreo. O equipamento ideal deve ter alcance horizontal de pelo menos 40 km e capacidade de interceptação vertical de até 15 km. Além disso, deve ser capaz de engajar caças, helicópteros, drones, mísseis de cruzeiro e bombas guiadas, garantindo proteção contra diversas ameaças.
Outro fator essencial é a capacidade de engajamento simultâneo. O sistema deve ser capaz de neutralizar pelo menos 16 alvos ao mesmo tempo, o que exige um sistema de controle altamente avançado, suportado por radares de última geração.
Além disso, o novo sistema precisa ser compatível com os radares já utilizados pelas Forças Armadas Brasileiras, tanto da FAB (Força Aérea Brasileira) quanto da Marinha e do Exército. Essa integração é fundamental para otimizar recursos, garantir a padronização dos equipamentos e permitir operações conjuntas entre as três forças.
Outro ponto crítico é a capacidade de detecção: o sistema deve ser capaz de rastrear pelo menos 150 alvos simultaneamente. E, claro, precisa operar em qualquer condição climática, de dia ou de noite, garantindo proteção contínua ao espaço aéreo nacional.
Diante dessas exigências, o KM-SAM surge como um candidato promissor, atendendo a grande parte dos requisitos definidos pelo Brasil.
KM-SAM: Tecnologia Sul-Coreana no Campo de Batalha
O KM-SAM, também conhecido como Cheongung II, é um sistema antiaéreo de médio alcance desenvolvido pela Coreia do Sul com tecnologia russa. Sua concepção teve início nos anos 2000 e, desde então, tem sido aprimorado para fornecer proteção contra aeronaves, drones e mísseis de cruzeiro.
Seu diferencial está no avançado sistema de guiamento. O KM-SAM utiliza um radar AESA de última geração, que permite rastrear múltiplos alvos ao mesmo tempo, garantindo maior precisão e resistência contra interferências eletrônicas. Além disso, seus mísseis possuem buscadores ativos, permitindo correção autônoma de trajetória até o momento do impacto.
Outra vantagem estratégica é sua modularidade. Cada bateria do KM-SAM conta com veículos lançadores, radares móveis e unidades de reabastecimento, criando uma estrutura flexível e altamente eficaz contra ataques de saturação.
Interesse Global pelo KM-SAM
Nos últimos anos, o KM-SAM tem conquistado espaço no mercado internacional de defesa. Em 2023, os Emirados Árabes Unidos fecharam um contrato bilionário para adquirir o sistema, demonstrando confiança na tecnologia sul-coreana. Já em 2024, Iraque e Arábia Saudita seguiram o mesmo caminho, firmando acordos de grande porte para a compra de baterias do KM-SAM.
Vale ressaltar que esses países possuem forte influência dos Estados Unidos e, no caso da Arábia Saudita, já operavam o sistema Patriot, de origem americana. O fato de optarem por um sistema sul-coreano reforça a credibilidade e a confiabilidade do KM-SAM, que se mostra competitivo até mesmo em mercados tradicionalmente dominados por sistemas ocidentais.
Além disso, a Coreia do Sul tem investido pesadamente em tecnologia militar e alcançado sucesso crescente no setor de exportação. Exemplos como o K9 Thunder, um obuseiro autopropulsado que conquistou vários clientes da OTAN, e o K2 Black Panther, um dos tanques de batalha mais avançados do mundo, mostram a ascensão da indústria bélica sul-coreana.
Outro fator que pode facilitar uma possível aquisição do KM-SAM pelo Brasil é o fato de a Coreia do Sul ter sido a primeira cliente asiática do cargueiro militar KC-390, desenvolvido pela Embraer. Esse histórico de cooperação abre portas para novas negociações na área de defesa, o que pode beneficiar uma eventual compra do KM-SAM.
KM-SAM apresenta um excelente custo-benefício, combinando tecnologia avançada, modularidade e alta capacidade de engajamento
A aquisição de um sistema antiaéreo de médio alcance é uma necessidade urgente para o Brasil, especialmente considerando a crescente sofisticação das ameaças aéreas globais. O KM-SAM apresenta um excelente custo-benefício, combinando tecnologia avançada, modularidade e alta capacidade de engajamento. Além disso, sua integração com os radares brasileiros poderia garantir uma transição suave para as Forças Armadas.
No entanto, a decisão final dependerá de fatores estratégicos, políticos e econômicos. O Brasil pode optar por sistemas ocidentais já consolidados, como o MIM-104 Patriot (EUA) ou o SAMP/T (França/Itália), mas o KM-SAM se mostra uma alternativa altamente competitiva.