O presidente Donald Trump anunciou planos para destinar US$ 1 trilhão ao orçamento de defesa dos Estados Unidos em 2026, o que representa um dos maiores investimentos militares da história recente. O valor equivale a cerca de metade do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2023, que, segundo dados do Banco Mundial, foi de US$ 2,1 trilhões.
Durante uma coletiva de imprensa ao lado do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, Trump afirmou que o orçamento será o maior já feito para as Forças Armadas dos EUA. O republicano destacou que os recursos visam garantir uma força militar “incomparável” nos próximos anos, com foco em modernização, prontidão e letalidade.
“Estamos recebendo um exército muito, muito poderoso. Temos coisas em ordem agora”, disse Trump. Segundo ele, parte do montante será viabilizada por cortes promovidos pelo Departamento de Eficiência Governamental, embora nenhum detalhe específico tenha sido apresentado até o momento.
O secretário de Defesa, Pete Hegseth, comemorou o anúncio em suas redes sociais, classificando a medida como histórica. “Em breve: o primeiro orçamento de trilhões de dólares do Departamento de Defesa”, escreveu. Ele também garantiu que os recursos serão aplicados com responsabilidade, priorizando a capacidade de combate e a preparação das tropas.
A proposta representa um aumento de aproximadamente 12% em relação aos gastos atuais com defesa nos Estados Unidos. Ainda assim, o valor não é suficiente para atingir a meta que Trump defende para os países da OTAN: que cada nação-membro invista pelo menos 5% do seu PIB em defesa, um patamar considerado distante da realidade de muitos aliados.
O orçamento fiscal dos Estados Unidos para 2026 será apresentado oficialmente no final da primavera, com início de vigência previsto para 1º de outubro. O plano deverá enfrentar debates no Congresso, especialmente por conta de seu impacto no déficit federal e nas negociações sobre cortes em outras áreas do orçamento.
Enquanto republicanos há anos pressionam por maiores investimentos em defesa diante das ameaças globais, também pedem redução nos gastos gerais e cortes de impostos. Já os democratas, em minoria nas duas casas legislativas, tendem a se opor a cortes em áreas sociais, mas enfrentam dificuldades para barrar propostas orçamentárias majoritárias.
O anúncio reforça o foco estratégico dos Estados Unidos na manutenção da superioridade militar global em um cenário internacional cada vez mais instável. Para analistas, o investimento trilionário pode ter impactos geopolíticos relevantes, além de influenciar a corrida armamentista e as políticas de defesa de outras potências.