O avanço da Rússia em direção à região de Sumy, na Ucrânia, parece ser o próximo movimento da ofensiva de Moscou. No entanto, segundo o jornal britânico The Telegraph, as chances de sucesso são mínimas. O país já perdeu cerca de 3.000 tanques e 9.000 veículos blindados desde o início da guerra. Os novos ataques são realizados quase exclusivamente por infantaria leve e grupos pequenos, sem apoio logístico para uma ofensiva de larga escala.
Analistas apontam que a estratégia do Kremlin é mais propagandística do que militar. A Rússia tenta criar a ilusão de uma grande operação terrestre, mas não há avanço real no campo de batalha, especialmente devido à atuação intensa de drones ucranianos.
Avanço da Rússia enfrenta obstáculos logísticos e tecnológicos
Apesar das narrativas de uma nova ofensiva, o avanço da Rússia esbarra em restrições operacionais graves. A utilização de novos recrutas com treinamento mínimo (de poucos dias ou no máximo um mês) indica um exército fragilizado e sem capacidade de mobilização eficiente.
Os drones ucranianos bloqueiam a movimentação de tropas e veículos, dificultando qualquer tentativa de acúmulo maciço de forças. A presença dessas aeronaves não tripuladas torna impraticável a criação de um corredor logístico seguro, o que inviabiliza avanços táticos consistentes.
Segundo o The Telegraph, até o fim de 2025, a Rússia pode chegar ao limite de sua capacidade técnica para sustentar ofensivas, o que explicaria a urgência e a natureza improvisada dessa tentativa de avanço em Sumy.
Ucrânia responde com produção interna de armas e contenção estratégica
Enquanto o avanço da Rússia perde fôlego, a Ucrânia amplia sua produção interna de armamentos, alcançando autossuficiência relativa para conter novas incursões. O envio adicional de armas por aliados ocidentais pode ser decisivo para reverter o quadro, transformando uma ofensiva russa em uma das piores investidas do conflito.
Militarmente, a Rússia precisaria de uma superioridade de pelo menos três vezes mais tropas e recursos para executar um ataque com chance real de sucesso. No entanto, analistas militares afirmam que Moscou não tem meios práticos para atingir essa proporção.
A guerra também é midiática: o papel de Trump na estratégia russa
Fontes ocidentais sugerem que essa nova movimentação da Rússia pode ter um objetivo simbólico: enviar um recado ao presidente americano Donald Trump. A ideia seria criar a narrativa de que “900 mil soldados ucranianos estão cercados”, forçando uma percepção de vitória russa e pressionando por negociações favoráveis.
No entanto, o cenário real é diferente. Não há cercos confirmados em Sumy, e as forças russas seguem isoladas em posições frágeis e dispersas, sob constante vigilância aérea ucraniana.