Em conflitos modernos, a criatividade dos combatentes em transformar tecnologias civis em armas letais impressiona. Um dos casos mais emblemáticos é o uso de drones comerciais modificados, como os populares DJI Mavic e Phantom, que passaram de ferramentas de filmagem aérea para ameaças reais nos campos de batalha. Esse fenômeno forçou o desenvolvimento urgente de novos sistemas de defesa, como o HELMA-P e, mais recentemente, o HELMA-LP da empresa francesa CILAS (fonte: Defense Express).
Desde o início da guerra na Síria e, mais recentemente, no conflito entre Rússia e Ucrânia, relatos indicam o uso massivo de drones adaptados para missões de reconhecimento, bombardeio improvisado e sabotagem de infraestrutura militar. Pequenos drones comerciais, facilmente adquiridos no mercado civil, passaram a ser equipados com cargas explosivas improvisadas ou utilizados para guiar ataques de artilharia com maior precisão.
Essas ameaças são particularmente difíceis de neutralizar com meios tradicionais, como mísseis ou canhões antiaéreos, devido ao seu baixo custo, pequeno tamanho e grande mobilidade. Um míssil de defesa aérea pode custar centenas de milhares de dólares, enquanto o drone atacado muitas vezes custa menos de US$ 2.000 — gerando um desequilíbrio financeiro insustentável em larga escala.
Diante desse cenário, surgiram tecnologias específicas de combate a drones leves. Sistemas de guerra eletrônica que bloqueiam sinais de GPS, armas de micro-ondas para desativar componentes eletrônicos e lasers de alta potência capazes de danificar sensores ópticos ou destruir diretamente as aeronaves passaram a ser desenvolvidos e implantados.
O HELMA-P, utilizado nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, foi um dos primeiros sistemas laser a demonstrar eficácia real em situações urbanas de alta sensibilidade. Sua evolução portátil, o HELMA-LP, agora oferece ainda mais flexibilidade para missões de resposta rápida, sobretudo em ambientes onde o uso de armamentos convencionais seria inviável.
À medida que drones comerciais continuam sendo modificados para fins militares, a tendência é que tecnologias como o laser, especialmente portáteis e de resposta rápida, se tornem ferramentas indispensáveis no arsenal de forças militares e de segurança ao redor do mundo.