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E se a Guerra do Paraguai fosse hoje!? Crise diplomática com o Brasil levanta velhos fantasmas da trágica história entre os dois vizinhos

O imbróglio diplomático entre Brasil e Paraguai, causado por suposta espionagem da ABIN, faz relembrar o maior conflito já registrado no Cone Sul.

por JB Reis
26/04/2025
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O imbróglio diplomático entre Brasil e Paraguai, causado por suposta espionagem da ABIN, faz relembrar o maior conflito já registrado no Cone Sul.

Batalha naval moderna entre Paraguai e Brasil, criada por IA.

Está por um fio o acordo feito entre Brasil e Paraguai envolvendo a compra de seis aeronaves Super Tucano EMB-314 da Embraer, negócio firmado no início de 2025. O presidente paraguaio, Santiago Peña, já cogitou há alguns dias cancelar o processo. O imbróglio, que já alcançou status de “crise diplomática,” deve-se a denúncias de suposta espionagem cibernética atribuída à Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) em desfavor do vizinho paraguaio.

O contrato com a Embraer, avaliado em aproximadamente R$ 600 milhões, foi anunciado durante o Farnborough International Airshow em julho de 2024 e confirmado no começo deste ano.

A venda das aeronaves A-29 Super Tucano tinha como objetivo modernizar a frota da Força Aérea Paraguaia (FAP), substituindo os antigos EMB-312 Tucano. A operação contou com financiamento integral do BNDES e seria um marco na ampliação da presença da Embraer na área de defesa na América Latina.

Histórico da Guerra do Paraguai e reflexos nas relações modernas

Quase impossível juntar Brasil e Paraguai na mesma frase e não se lembrar do título da obra máxima do escritor Francisco Doratioto, o livro “Maldita guerra” – o livro definitivo sobre o maior enclave ocorrido na América Latina. A Guerra do Paraguai (1864-1870) foi um conflito armado entre o Paraguai e a Tríplice Aliança, composta esta por Brasil, Argentina e Uruguai.

O estopim da guerra foi a apreensão do vapor mercante brasileiro Marquês de Olinda e a invasão paraguaia da província brasileira de Mato Grosso em dezembro de 1864, além de incursões no território argentino. O Paraguai, sob o governo de Francisco Solano López, buscava expandir seu território e controlar a Bacia do Prata, o que gerou a reação dos países vizinhos que formaram a aliança militar contra ele.

O conflito foi extremamente sangrento e duradouro, com cerca de 150 mil brasileiros mobilizados, dos quais cerca de 50 mil morreram, além de perdas significativas para Argentina e Uruguai. O Paraguai sofreu um desastre humanitário, com até 300 mil mortos entre civis e militares, devido aos combates, epidemias e fome.

A fase final da guerra foi marcada pela tomada da fortaleza de Humaitá em 1868, a invasão e saque da capital  Asunción em 1869, e a perseguição ao presidente paraguaio Solano López, que foi morto na Batalha de Cerro Corá em março de 1870, encerrando o conflito.

Para o Brasil a guerra representou um enorme desafio logístico e militar, o que redundou na consolidação de sua posição como potência regional. O conflito teve profundas consequências para o Paraguai, que ficou devastado e perdeu grande parte de sua população e território.

Poderio militar do Brasil: modernização e investimentos em Defesa

Como dito anteriormente, a Guerra do Paraguai propiciou que o Brasil adquirisse status de maior potência militar da América Latina. De fato, conforme os números do site Global Fire Power, o país ocupa a 11ª posição mundial em poderio militar, segundo rankings recentes. 

O Brasil tem cerca de 360 mil militares na ativa, com um orçamento de defesa de aproximadamente R$ 70,8 bilhões (1,5% do PIB), com planos de investir R$ 350 bilhões até 2030 para modernização das Forças Armadas.

O país tem investido fortemente na modernização e autonomia tecnológica, incluindo:

  • Caças F-39 Gripen, equipados com mísseis meteor de longo alcance;
  • Desenvolvimento do submarino nuclear Álvaro Alberto, que dará capacidade inédita de defesa submarina na América do Sul;
  • O maior sistema de artilharia de saturação da América Latina, Astros 2020;
  • Novos mísseis de cruzeiro nacionais com alcance de até 300 km;
  • Tanques modernos que prometem rivalizar com modelos europeus como o Leopard 1 A5;
  • Compra de sistemas avançados como o Javelin.

O Brasil busca independência militar, investindo na fabricação própria de armamentos e reduzindo dependência externa.

Paraguai: força militar menor, mas longe de ser indefeso

Dados de janeiro de 2025 colocam o Paraguai na 87ª posição entre 145 países considerados para a revisão anual do GFP . O país possui uma pontuação PwrIndx* de 1,9044 (uma pontuação de 0,0000 é considerada “perfeita”). 

Cada país é avaliado com base em valores individuais e coletivos, processados ​​por meio de uma fórmula interna para gerar sua pontuação “PwrIndx” (Índice de Poder).

Ainda segundo o GFP, com uma população de 7,5 milhões de pessoas, sendo 39% disso (3 milhões) aptos para o serviço, o país tem cerca de 15 mil militares na ativa e 168 mil reservistas.

O Paraguai tem uma estrutura militar focada principalmente em defesa territorial, segurança interna e cooperação regional, com desafios voltados para o combate ao crime organizado e narcotráfico.

Recentemente o país adquiriu seis caças A-29 Super Tucano da Embraer, um avanço importante para sua defesa aérea, com aeronaves versáteis para combate leve, vigilância e operações contra insurgência.

O país implementa um plano estratégico de modernização que inclui investimentos em infraestrutura militar, capacitação e aquisição de cinco aeronaves para controle do espaço aéreo, além da construção de uma nova academia militar.

O Paraguai mantém cooperação com os EUA e o Brasil para treinamento e operações conjuntas, especialmente no combate ao crime transnacional e segurança cibernética.

Possível desfecho de uma nova Guerra do Paraguai

Caso a “Maldita Guerra” se repetisse, é altamente provável, principalmente levando-se em conta os números, que o Paraguai seria novamente aniquilado. Se aprofundássemos as comparações, seria até mesmo razoável supor que, se lutasse contra uma nova “Tríplice Aliança” (Argentina, Uruguai e Paraguai), o Brasil sairia vencedor – com muitas perdas, mas vencedor.

Como vimos, o Brasil é reconhecidamente a maior força militar do Cone Sul, com um arsenal moderno e robusto. Entre suas principais capacidades estão os caças F-39 Gripen, um submarino nuclear em fase de desenvolvimento, sistemas avançados de artilharia e centenas de milhares de militares aptos para combate. Essa estrutura coloca o país em uma posição de destaque, pelo menos regionalmente.

Já o Paraguai, embora esteja investindo em sua modernização militar, ainda está longe de ser páreo para o vizinho. O país conta com cerca de 15 mil militares ativos e adquiriu recentemente caças A-29 Super Tucano, mas sua capacidade operacional ainda é modesta quando comparada à do Brasil. Essa diferença cria um desequilíbrio gritante entre as duas nações.

Brasil e Paraguai, uma nova guerra, a mesma vitória

Se pensarmos num cenário hipotético de confronto, o Brasil teria uma vantagem clara em praticamente todos os aspectos: número de tropas, tecnologia disponível, logística e capacidade de projetar força. O Paraguai, apesar dos esforços para atualizar suas forças armadas, simplesmente não possui os recursos necessários para sustentar um conflito prolongado contra um adversário tão superior em poderio aéreo, naval e terrestre.

Em termos estratégicos, o Brasil conseguiria assumir rapidamente o controle de pontos chaves, como fronteiras e vias fluviais, além de impor bloqueios ou realizar operações ofensivas com relativamente baixo risco para suas tropas.

Esse domínio seria ampliado pela experiência histórica que o Brasil acumulou ao longo dos anos, como demonstrado durante a Guerra do Paraguai no século XIX.

Naquela época, mesmo enfrentando desafios logísticos e táticos, o Brasil conseguiu superar obstáculos e sair vitorioso. Hoje, com sua tecnologia e capacidade muito mais avançadas, essa superioridade se tornaria ainda mais evidente.

 

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