Em entrevista concedida neste domingo (13), o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, afirmou que o país permanece comprometido com a via diplomática para impedir o Irã de desenvolver uma arma nuclear. No entanto, alertou que o uso da força militar segue sendo uma opção viável, caso as negociações em andamento não avancem de forma satisfatória.
A declaração foi feita durante participação no programa “Face the Nation”, da emissora americana CBS. Hegseth avaliou como “produtivos” os primeiros contatos indiretos entre diplomatas americanos e iranianos, realizados no sábado (12) em Omã. Segundo ele, as tratativas representam “um bom passo”, embora tenha reiterado que a opção militar “continua sobre a mesa”.
“Esperamos não ter que recorrer à ação militar, mas, se for necessário, faremos o que for preciso para impedir que o Irã obtenha uma bomba nuclear”, declarou o secretário. Ele ainda destacou que os Estados Unidos possuem capacidade para “agir em profundidade e em grande escala”, sinalizando a disposição do país em utilizar todos os meios necessários.
O presidente Donald Trump também comentou sobre o tema na última quarta-feira (10), ao mencionar a possibilidade de uma ação militar conjunta com Israel, caso as conversas em Mascate não avancem. “Israel obviamente estará muito envolvido, será o líder disso”, afirmou a jornalistas. Em março, Trump já havia dito: “Se não houver um acordo, haverá bombardeios”.
Neste sábado, a Casa Branca classificou como “positivas e construtivas” as negociações realizadas em Omã entre o enviado especial dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff, e o chanceler iraniano, Abás Araqchí. Segundo nota oficial, Witkoff levou uma mensagem direta do presidente Trump com instruções para buscar uma solução pacífica para as diferenças entre os dois países.
O governo iraniano confirmou a realização do encontro e afirmou que as conversas ocorreram em um “ambiente construtivo e com respeito mútuo”. No entanto, os representantes permaneceram em salas separadas e trocaram mensagens por meio do chanceler de Omã, Badr bin Hamad al Busaidi, o que evidencia a manutenção de barreiras formais entre as partes.
Apesar do avanço inicial, ainda há divergências. Enquanto os EUA querem ampliar a pauta para incluir o programa de mísseis balísticos do Irã e seu apoio a grupos como os houthis, no Iêmen, e o Hezbollah, no Líbano, Teerã insiste que o diálogo deve se limitar exclusivamente ao tema nuclear.
Desde a retirada dos EUA do acordo nuclear de 2015, durante o primeiro mandato de Trump, o Irã tem intensificado o enriquecimento de urânio. Segundo a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o país já acumula 274 kg de urânio enriquecido a 60%, percentual próximo dos 90% necessários para a fabricação de uma arma nuclear. A possibilidade de Teerã suspender sua cooperação com a AIEA também aumenta a tensão no cenário internacional.
A informação foi divulgada por AFP e EFE, com trechos citados da entrevista de Pete Hegseth à CBS e comunicado oficial da Casa Branca. A cobertura ainda incluiu declarações de Trump feitas a bordo do Air Force One e notas do Ministério das Relações Exteriores do Irã.