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EUA retomam posição estratégica no coração da América Latina e iniciam envio de tropas para conter avanço chinês!

Estados Unidos reativam presença militar no Panamá e irritam a China ao garantir passagem prioritária pelo Canal. O movimento reacende tensões globais e transforma a América Latina em peça-chave da nova Guerra Fria.

por Alisson Ficher
12/04/2025
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A movimentação militar silenciosa dos Estados Unidos na América Latina voltou a ganhar destaque em 2025 com uma decisão que reacende as tensões geopolíticas globais.

Desta vez, Washington firmou um novo acordo com o Panamá que autoriza o envio de tropas norte-americanas ao país, reacendendo memórias da presença histórica dos EUA na região e provocando reações imediatas em Pequim.

Segundo autoridades norte-americanas, a operação visa conter o avanço da influência chinesa no entorno do Canal do Panamá, uma das rotas comerciais mais estratégicas do mundo.

A medida, anunciada de forma direta pelo presidente Donald Trump durante uma reunião de gabinete televisionada, é vista como uma escalada significativa na disputa entre as duas maiores potências globais.

“Estamos enviando tropas para áreas que já foram nossas, que perdemos, mas agora recuperamos. E agora, elas são nossas de novo”, afirmou Trump com tom enfático.

Bases estratégicas reacendidas no mapa

A presença militar dos Estados Unidos na região não é novidade.

Durante o século XX, Washington manteve diversas bases militares no Panamá, incluindo Howard e Rodman, que funcionaram como centros de vigilância e logística no entorno do Canal.

Agora, essas instalações voltam ao radar das forças armadas americanas.

O secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, esteve no Panamá esta semana e assinou um memorando com autoridades locais que autoriza a reativação da presença militar estadunidense nas regiões próximas ao canal interoceânico.

Segundo Hegseth, a ação é necessária para combater o que chamou de “expansão agressiva do Partido Comunista Chinês” na América Latina.

“Nosso objetivo é simples: garantir que o hemisfério ocidental não caia nas mãos do regime de Pequim”, disse o secretário.

Canal do Panamá vira peça central da disputa

Com cerca de 82 km de extensão, o Canal do Panamá é considerado uma das vias comerciais mais valiosas do planeta.

Por ele, transitam anualmente mais de 14 mil embarcações, carregando cerca de 5% de todo o comércio marítimo mundial.

Nas últimas décadas, empresas chinesas passaram a investir fortemente em infraestrutura no entorno do canal, o que despertou preocupação em Washington.

A empresa estatal chinesa China Communications Construction Company (CCCC), por exemplo, tem contratos de operação e manutenção em áreas portuárias panamenhas, o que os EUA veem como tentativa de domínio estratégico.

Diante desse cenário, o novo acordo bilateral assinado em março de 2025 representa uma resposta direta dos EUA à presença econômica e logística da China na região.

Entrada prioritária para navios de guerra

Entre os pontos mais polêmicos do novo memorando está a cláusula que garante aos navios de guerra dos Estados Unidos passagem prioritária e gratuita pelo canal, a chamada política “first and free”.

Essa condição viola os princípios de neutralidade e igualdade previstos no Tratado do Canal do Panamá, firmado em 1977 entre os dois países.

O tratado, que culminou na entrega do controle do canal ao governo panamenho em 1999, estabelece que nenhuma nação deve ter preferência ou tratamento diferenciado na utilização da via.

O anúncio da nova política gerou desconforto na comunidade internacional, especialmente entre países que dependem da rota para escoamento de suas exportações.

China reage e acusa os EUA de imperialismo

Pequim não demorou a responder.

Em nota oficial divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores da China, o governo acusou os Estados Unidos de “ressuscitar práticas imperialistas” e violar a soberania de países latino-americanos.

“A China respeita a soberania do Panamá e mantém relações baseadas na cooperação e desenvolvimento mútuo. Já os EUA parecem determinados a impor sua presença militar à força”, declarou o porta-voz chinês Wang Wenbin.

Especialistas em geopolítica avaliam que o embate no Panamá é apenas uma parte de uma disputa mais ampla entre as duas potências por influência no chamado “quintal estratégico” dos Estados Unidos.

Além do Panamá, os EUA têm demonstrado interesse em fortalecer sua presença em outros pontos da América Latina, como Colômbia, Peru e República Dominicana.

Panamá tenta equilibrar interesses

O governo panamenho, por sua vez, adotou um tom diplomático ao comentar o novo acordo.

Em pronunciamento, a presidente panamenha Isabel De León afirmou que o país “continua comprometido com a neutralidade do canal” e que “não permitirá sua utilização como ferramenta de conflito entre potências estrangeiras”.

No entanto, analistas alertam que o Panamá pode se ver em uma encruzilhada diplomática ao tentar equilibrar sua histórica parceria com os EUA e os bilhões em investimentos que recebe da China.

Segundo o Instituto de Economia Internacional do Panamá, empresas chinesas já investiram mais de US$ 4 bilhões em projetos logísticos e de infraestrutura nos últimos dez anos.

Um novo jogo de xadrez militar

O retorno dos EUA ao Panamá representa mais do que um simples movimento estratégico: é um sinal de que a Guerra Fria 2.0 se intensifica.

Washington não esconde mais sua disposição de disputar abertamente o controle de rotas globais com a China, ainda que isso signifique reabrir velhas feridas no relacionamento com países latino-americanos.

Enquanto isso, Pequim, com sua diplomacia econômica agressiva e investimentos em infraestrutura, deve reforçar sua presença em outros países da região para compensar a perda de influência no entorno do canal.

A América Latina, mais uma vez, se torna o tabuleiro de uma disputa global cujos desdobramentos ainda são imprevisíveis.

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