A Guerra na Ucrânia, iniciada em 2022 com a invasão em larga escala pelas forças russas, rapidamente se transformou no conflito mais sangrento e complexo da Europa desde a Segunda Guerra Mundial. Mais do que uma disputa territorial, o confronto revelou-se um choque de modelos políticos, estratégias militares e interesses globais.
Ao longo de três anos, a guerra evoluiu de batalhas convencionais para uma disputa marcada por tecnologia de ponta, colapsos internos e imprevisibilidade geopolítica. Esta linha do tempo traça os principais marcos e analisa as transformações estratégicas e simbólicas de um conflito que redefine os rumos do século XXI.
2022: O início da guerra da Ucrânia, a Invasão total e o choque inicial
- 24 de fevereiro de 2022 – A Rússia invade a Ucrânia em várias frentes, dando início à maior guerra terrestre na Europa desde 1945. O Kremlin acreditava que Kyiv cairia em dias. Assim subestimou a resistência ucraniana, a coesão do Ocidente e a agilidade das táticas assimétricas.
- Março–Maio de 2022 – A ofensiva russa estagna. Tropas russas se retiram de Kyiv. Evento marca a primeira virada psicológica na guerra. A confiança de Putin começa a ser substituída por uma campanha de desgaste.
- Setembro de 2022 – A Ucrânia retoma Kharkiv e a Rússia decreta mobilização parcial. A mobilização forçada e caótica desgasta a imagem do regime internamente. Milhares fogem do país.
2023: Bakhmut e a banalização da morte
- Janeiro–Maio de 2023 – A Batalha de Bakhmut se torna um símbolo da brutalidade da guerra da Ucrânia. O Wagner Group, liderado por Yevgeny Prigozhin, assume a linha de frente. Bakhmut vira um “moedor de carne”, com pesadas baixas de ambos os lados. Embora sem importância estratégica clara, a região se transforma em objetivo político para Putin e símbolo de resistência para Zelensky.
- Junho de 2023 – Tentativa de motim do Wagner Group contra Moscou. Prigozhin marcha até Rostov e depois recua. Essa foi a primeira ruptura grave na cadeia de comando russa. Assim, houve exposição da fragilidade do sistema de poder centralizado em torno de Putin.
- Setembro–Outubro de 2023 – A Ucrânia inicia contraofensiva no sul, mas avança pouco. Na ocasião, as linhas defensivas russas se tornaram mais eficazes. A guerra vira um impasse tecnológico e logístico.
2024: Expansão do conflito para o território russo
- Janeiro–Março de 2024 – Drones ucranianos atingem instalações em Moscou e bases aéreas em regiões profundas da Rússia. A guerra da Ucrânia chega simbolicamente à capital russa. Pânico e aumento da repressão interna.
- Maio–Agosto de 2024 – A Ucrânia intensifica ataques em Belgorod e Kursk, regiões de fronteira da Rússia. Pela primeira vez, tropas ucranianas mantêm presença estável em solo russo. Um tabu geopolítico é quebrado.
- Novembro de 2024 – As eleições nos EUA colocam em dúvida a continuidade do apoio ocidental. Ucrânia acelera esforços para manter o ímpeto.
2025: Alta tecnologia, baixa moral
- Fevereiro–Abril de 2025 – Drones FPV, munições modernas e IA assumem protagonismo no campo de batalha. A guerra da Ucrânia se automatiza. Pequenas unidades operam com precisão cirúrgica. A Rússia começa a deslocar tropas da Marinha e até de unidades nucleares estratégicas para repor perdas na infantaria.
- Abril de 2025 – Estimativas apontam 660.000 soldados russos envolvidos diretamente na guerra. A mobilização atinge jovens de 18 a 30 anos com contratos forçados. De acordo com Elena Gold, especialista na guerra da Ucrânia: “Um exército profissional basicamente não existe mais na Rússia”.
- Cenário atual – A Ucrânia retoma a iniciativa silenciosamente. Relatos de divisões ucranianas “desaparecidas” sugerem ofensiva surpresa iminente.
Guerra da Ucrânia tem desgaste com fim incerto
- Nenhum dos lados pode reivindicar vitória total.
- A Rússia depende de recrutamento forçado, ajuda do Irã e da Coreia do Norte.
- A Ucrânia aposta em tecnologia, moral elevada e apoio ocidental, cada vez mais instável.
- O silêncio atual nas frentes pode esconder uma tempestade.
