A Marinha do Brasil está investigando um possível vazamento de petróleo a 438 km da costa do Amapá. O alerta foi dado pelo Instituto Arayara, uma ONG que atua contra combustíveis fósseis. A suspeita é que o vazamento possa ter origem em uma embarcação.
O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) enviou um ofício à Marinha solicitando a análise da presença de embarcações na área do suposto vazamento. “As informações serão cuidadosamente analisadas e as ações cabíveis serão adotadas”, afirmou a Marinha em nota.
A área do possível vazamento está fora da Zona Econômica Exclusiva (ZEE), uma faixa marítima sobre a qual o Brasil exerce soberania. No entanto, o país reivindica a extensão da ZEE para essa área.
A mancha detectada pelo Instituto Arayara teria 170 km2, o que seria um incidente relevante. As imagens do satélite Sentinel-1, processadas por um sistema de monitoramento da organização Skytruth, indicam uma probabilidade de 70% de que seja uma mancha de petróleo.
O Instituto Arayara destacou a necessidade de atenção para a movimentação de embarcações de petróleo na região e a detecção de manchas de vazamento em países vizinhos. “Esta constatação reforça a urgência de um monitoramento e fiscalização mais abrangentes, a fim de prevenir recorrências desse gênero no futuro”, cita o ofício.
Ainda não há confirmação sobre a existência do vazamento de petróleo, o que só seria possível por meio de uma verificação in loco, ou seja, no próprio local onde teria ocorrido a tragédia ambiental. A imagem de satélite usada para a suspeita de vazamento é de setembro de 2023.
Mais próximo da costa do Amapá, a uma distância de 160 a 179 km, está o chamado bloco 59, onde a Petrobras e o governo Lula (PT) planejam prospecção de petróleo em 2024. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e o Ibama negaram a licença para o empreendimento em maio de 2023, e a Petrobras recorre.
Fonte: Folha de São Paulo