Tiros na cabeça, nos ouvidos… Tortura. Deixemos de ser hipócritas


Tortura. Deixemos de ser hipócritas… Dá pra falar a verdade? Coloque-se no lugar do soldado.

Veja também o depoimento do Coronel Ustra ontem na Comissão da Verdade. Discussão e polêmica. Ustra disse que o EXÉRCITO BRASILEIRO é que deveria comparecer para se manifestar.

Artigo de Colaborador.

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 O depoimento do ex-funcionário do DOI-Codi de São Paulo, Marival Chagas Dias não revelou nada de novo. Ele disse que viu corpos de terroristas mortos e que estes eram exibidos como troféus. Ora, em todas as guerras os exércitos estimulam seus soldados a empreender baixas nos inimigos, e quanto maior prejuízos o soldado causa ao lado oposto, maior status ele adquire entre seus pares. Isso existe desde a antiguidade, e certamente não foi diferente aqui no Brasil. Dizer que sua equipe prendeu ou abateu mais um terrorista comunista certamente era algo que um chefe desejava fazer, afinal o estado o colocou ali para isso. Fazer com que os prisioneiros dessem informações importantes também era um dos principais objetivos.

   “Durante o depoimento, Marival Chagas afirmou que viu dois corpos expostos… O episódio teria ocorrido, segundo disse, no final de 1973. “Esse casal foi trazido para o DOI depois de morto e exposto a visitação interna. Eu vi o casal morto e vi perfurações a bala bem direcionadas na cabeça, nos ouvidos”, relatou… De acordo com o ex-sargento, “o comando era permissivo em relação a esse tipo de atitude”. “Suponho que essas pessoas eram trazidas para órgão por se tratar de pessoas importantes”, afirmou Marival.

Ele afirmou ainda que o casal foi morto em um centro de tortura localizado na Serra do Mar. “Esse cárcere era de um proprietário de uma transportadora de São Paulo”, declarou o ex-agente, sem detalhar a identidade dessa pessoa.”

    Ao contrario do que disseo senhor Marival, em depoimento na comissão da verdade, o Coronel Ustra reiterou que os mortos foram mortos em combate. Em tom áspero, para o Sr Fontelles, da comissão da verdade, Ustra disse: “não sei se o senhor está aqui para entender o que está escrito ou se está aqui para me acusar… Eles eram terroristas armados", gritou o coronel Ustra. No vídeo abaixo, o locutor do senado, em fala vergonhosamente tendenciosa, diz que Ustra "chegou a afirmar" que se não fosse a ação do exército o Brasil hoje viveria um regime comunista que teria sido implantado com a participação da própria Dilma Rouseff, que a época militava em grupos de combate a ditadura

   Ora, sabemos muito bem que Dilma não militava contra a ditadura, é de conhecimento público que ela militava para implantar o comunismo no Brasil, inclusive era a doutrinadora que dava aulas de marxismo para os novos recrutas da guerrilha que ingressavam no seu grupo.

Veja o depoimento do Coronel Ustra, que voluntariamente compareceu ao local, ja que tinha autorização da justiça para não se manifestar.

   Dizer que presos foram torturados também não traz novidade nenhuma, ninguém tem mais dúvida disso, todos já vimos fotografias de instrumentos de tortura utilizados nos “porões da ditadura”. É obvio que não foram tantos os "torturadores", e muito menos ainda foram os "torturados", tem muita gente por aí se fazendo de coitadinho. A anistia foi concedida justamente para que os crimes cometidos por ambos os lados sejam considerados anulados por terem sido executados por motivação política. Ou seja, era uma guerra em que cada lado tentava destruir o outro da maneira que acreditava ser a mais eficaz. 

   A questão atual não é saber se houve torturas durante o regime militar, a resposta á essa questão é obvia, é claro que houve, e de ambos os lados. Porém, não podemos extirpar as ações do contexto em que foram praticadas, não dá para interpretar os fatos superficialmente, como se tivessem ocorrido ontem. 

Tortura acontece até hoje, ou por acaso alguém acredita que os norte-americanos obtém informações de seus prisioneiros pedindo carinhosamente que eles digam onde se escondem os terroristas da Al Qaeda? Há poucos meses se divulgou um relatório no qual alguns membros do governo americano criticavam o “método de coleta de informações” que tem como principal técnica infringir dor e tormento em prisioneiros. Algumas colocações da mídia dizem que por conta das denuncias de tortura em Quantánamo há um sentimento de vergonha entre os norte americanos, confesso que não conseguimos perceber isso, o que temos visto é um sentimento de orgulho a cada inimigo eliminado, independente do método utilizado. Quando Bin Laden foi morto pouquíssima gente questionou se isso foi necessário. O que os americanos queriam era sua cabeça, vivo ou morto, e conseguiram.

   A questão da tortura é um fator importante para os norte americanos porque vez por outra seus soldados são aprisionados em países inimigos, e teme-se que sejam torturados por conta da divulgação do que se tem feito em Grantánamo. Ou seja, a preocupação principal não é com a condição dos prisioneiros estrangeiros. Sabe-se até agora que em Guantánamo se urina sobre os prisioneiros, se injeta substância que os deixa “grogue”, os pendura em “paus-de-arara” e realiza-se afogamentos parciais.

   Em momentos críticos a “humanidade” é relativizada, parece-nos que sendo “desumano” por alguns momentos pode-se preservar a vida de muitas pessoas.  Coloque-se no lugar de um soldado que sabe que o inimigo vai implantar uma bomba que poderá destruir a vida de outros soldados e de pessoas inocentes. Se você conseguir prender um dos membros do grupo inimigo você tentaria de todas as maneiras possíveis fazer com que ele lhe dissesse onde estão seus comparsas, ou onde está a bomba, mesmo que fosse necessário algum tipo de artifício não convencional para isso. 

Pense bem, muitas vidas estariam em risco. Como você agiria sendo responsavel por preservá-las?

Não seja hipócrita, muitos de nós não hesitaríamos em fazer o cara falar, da maneira mais rápida possível, seja lhe dando bofetadas, queimando de cigarro ou fazendo coisas mais… convincentes.{jcomments on}

Robson A.Silva – https://sociedademilitar.com.br 

 

 

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