MILITAR que vazou documentos secretos quer ser tratado como mulher

MILITAR que vazou documentos secretos quer ser tratado como mulher.

A profissão militar é realmente diferenciada, um soldado pode guardar em sua mente segredos capazes de causar verdadeiros rebuliços sociais e financeiros, como é o caso do soldado norte americano que revelou segredos ao site Wikileaks. Mas Bradley Manning se tornoui notícia mais uma vez, essa semana ele solicitou ao governo americano que passe a tratá-lo como mulher. Seu advogado, que já se refere ao cliente como Chelsea, diz: “Ela só não fez a revelação antes para não tirar o foco do julgamento”.

   Com o desejo de viver como mulher, Manning criou mais uma saia justa para as Forças Armadas americanas. Ele vai cumprir pena em uma prisão masculina no estado do Kansas, uma das mais violentas do país, e o exército já avisou que ele será tratado como qualquer outro detento.{jcomments on}

   Dois psiquiatras já haviam atestado que Manning tem transtorno de identidade de gênero, quando uma pessoa não se identifica com o próprio sexo. O advogado disse que vai fazer de tudo para que Bradley, ou Chelsea, receba tratamento hormonal na prisão.

 Bradley Manning é o soldado americano que entregou milhares de documentos secretos para o Wikileaks, ele foi condenado por um tribunal militar por várias acusações de espionagem.

Apesar de ter sido absolvido da acusação mais grave, pela qual poderia ser condenado à morte, Manning enfrenta a possibilidade de ter que cumprir uma longa pena de prisão ao ter sido declarado culpado de 20 das 22 acusações relacionadas ao vazamento de uma enorme quantidade de comunicações diplomáticas secretas, registros governamentais e registros militares para o site WikiLeaks.

A juíza militar Denise Lind anunciou que nesta quarta-feira serão iniciadas as audiências de sentença na base militar de Fort Meade, nas imediações de Washington, onde foi realizado o julgamento.

Se Lind decidir impor as punições mais altas permitidas para as acusações, Manning, de 25 anos, poderá ser condenado ao equivalente a uma prisão perpétua, com mais de 154 anos de pena a cumprir.

Reação indignada do Wikileaks

Em Londres, a organização de Julian Assange -que permanece refugiado na embaixada do Equador em Londres- ressaltou que a sentença contra Manning ilustra o "perigoso extremismo (…) da administração Obama", numa mensagem postada no Twitter.

"Manning pode ser condenado a 136 anos de prisão pelas acusações das quais foi declarado culpado. Perigoso extremismo, em matéria de segurança nacional, da administração Obama", indicou o Wikileaks.

"As condenações de Bradley Manning incluem acusações de espionagem. Um novo precedente muito grave em matéria de divulgação de informações à imprensa", acrescentou o WikiLeaks.

"Espero que haja um recurso no caso", declarou à AFP Julian Assange, que chamou a acusação de espionagem de "absurda".

Manning chegou ao tribunal pouco antes das 10h00 (16h00 de Moçambique), enquanto cerca de quarenta pessoas protestavam diante da base militar com cartazes nos quais pediam a sua libertação.

O jovem com uniforme militar e óculos redondos não expressou emoção alguma após o anúncio da decisão.

"Manning revelou crimes de guerra, e, no entanto, levaram-no a julgamento. Se o declaram culpado de ter ajudado o inimigo, quer dizer que o inimigo são os cidadãos americanos. Eu temo o pior", disse Joel Greenfield, de 33 anos, que atravessou literalmente o país ao volante do seu carro de Los Angeles para assistir à audiência.

Durante o julgamento, a defesa do soldado insistiu que o seu cliente é "um jovem ingênuo e bem intencionado", que foi afectado pelos horrores que tinha visto no Iraque e que decidiu revelar os documentos com o objectivo de desencadear um debate público mundial.

A União Americana de Liberdades Civis (ACLU, sigla em inglês), um conhecido grupo de defesa dos direitos civis, recebeu a sentença reiterando a sua preocupação com a rígida legislação anti-espionagem dos Estados Unidos.

"Embora estejamos aliviados pelo fato de o senhor Manning ter sido absolvido da acusação mais perigosa, a ACLU defendeu durante muito tempo a opinião de que os vazamentos à imprensa no interesse público não devem ser julgados com base na Lei de Espionagem", disse Ben Wizner, um dos directores da organização.

"Logo depois que Manning se declarou culpado das acusações de vazamento de informações – o que acarreta um castigo significativo – parece claro que o governo estava a tentar intimidar qualquer um que possa estar a considerar revelar informações valiosas no futuro", acrescentou Wizner.

Os defensores de Manning e o Wikileaks consideram que a sentença confirma que o ex-analista da CIA Edward Snowden fez bem em fugir dos Estados Unidos. O consultor de informática, que vazou informações sobre uma ampla rede de espionagem de comunicações americana, permanece bloqueado no aeroporto de Moscovo.

Manning atuava como analista de inteligência no Iraque quando enviou ao WikiLeaks um grande número de comunicações diplomáticas secretas e relatórios militares confidenciais das guerras no Iraque e no Afeganistão. O militar admitiu ter vazado cerca de 700.000 documentos e declarou-se culpado de dez acusações menores, mas negou com veemência que a sua intenção fosse ajudar os inimigos dos Estados Unidos.

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Sociedade Militar