A NOVA SANTA INQUISIÇÃO

 

  A NOVA SANTA INQUISIÇÃO (Tão diabólica quanto a do passado)

Com certeza não causará nenhuma surpresa o fato desse título conduzir às “Comissões da Verdade” que prosperam pelo país como ervas daninhas. As coincidências entre os Tribunais de Inquisição , da Idade Média ,e as ditas comissões da “verdade”,não podem passar despercebidas a quem analisá-las nos detalhes.

Com essa iniciativa governamental , chego a colocar em dúvida muitos princípios da “Teoria da Evolução”, desenvolvida por Darwin e Wallace. Em algumas questões e lugares, o mundo regrediu. Regrediu inclusive à Idade Média. Principalmente no Brasil.

A idéia da “Santa Inquisição” partiu da Igreja, por iniciativa do Papa Gregório IX,” reforçada”mais tarde por Inocêncio IV,a fim de que se combatesse os chamados “hereges”. Mas a Igreja “lavou as mãos” .Entregou aos governos da época a execução das medidas punitivas, que inseriam nas suas leis as diretrizes da Igreja. O Papa,portanto,nunca sujou as suas mãos, mandando queimar gente viva na fogueira . Mas faziam isso isso por ele, com seu pleno conhecimento e consentimento.

As malditas comissões da “verdade” montadas no Brasil são unilaterais e comprometidas. Discriminam entre as pessoas que no período de avaliação (1964 a 1986) podiam cometer crimes e as que não podiam. Na verdade os dois lados infringiram a lei. Tanto os maus tratos aos prisioneiros, quanto os atos de terrorismo e atrocidades praticados pela “oposição” ao Regime, não eram permitidos pelas leis . A simples alegação que os terroristas já teriam sido punidos não é nada razoável, porque nem todos os terroristas foram pegos, presos e punidos. Então caberia às tais “comissões” buscá-los e julgá-los também. Essa arbitrariedade vai passar à história como um atentado à justiça.

Mas à semelhança do papel sujo da Igreja na Idade Média, que delegava a punição dos hereges aos governantes da época, o governo brasileiro passa por cima da Justiça Brasileira e nomeia seus capachos para os tribunais da “verdade”, que ele mesmo instituiu. Usa como pretexto o frágil argumento que essas ”comissões” não substituem o trabalho do Judiciário.  Evita confrontar-se com o argumento que tais “condenações administrativas” têm tanta ou mais força que a Justiça junto à opinião pública. O sujeito “condenado” pela comissão estará também irremediavelmente condenado pela opinião pública. Essa é a pior condenação. E tanto as comissões, quanto a opinião pública, não estão habilitados a enfrentar a complexidade fática e jurídica que envolve os fatos. É roubo, portanto, da competência jurisdicional. E o que “eles” fazem? A resposta é NADA. Curvam a espinha e fica por isso mesmo.

Outro detalhe que merece alguma reflexão. Os “autores”e “juízes” das Comissões da Verdade, hoje acusadores, são bem mais jovens que os “réus”. Agiram com a covardia de uma hiena, que espera a presa ficar fragilizada para atacar e matar. Por que só agora, passados tantos anos, dentro dos quais os seus “réus” envelheceram e se aposentaram das armas, é que tomam essa iniciativa? Esse “pessoal” já está na casa dos 80 ou mais anos,sem apoio de ninguém, inclusive não o suficiente das FFAA. É uma triste realidade da natureza humana. Quem “foi” não “é” mais. Somado essa omissão, também covarde, ao trabalho das “hienas” de tocaia, não é nada confortável a situação desse pessoal.{jcomments on}

Por tais motivos, nunca sentirei orgulho da geração à qual pertenci. É uma geração extremamente covarde que se submete sem reagir à mais terrível das tiranias.

Sérgio Alves de Oliveira – Sociólogo, Advogado, Membro do GESUL – Grupo de Estudos Sul Livre

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