General e Coronel devem ser obrigados a depor na Comissão da Verdade.

General e Coronel poderão ser obrigados a depor na Comissão da Verdade.

Alega-se que a Comissão da Verdade tem caráter apenas histórico, que não tem intenção de colher provas para subsidiar processos contra os militares da reserva que atuaram na repressão aos militantes de esquerda que pretendiam, subsidiados por Fidel Castro, implantar uma ditadura comunista no Brasil. Mas na prática não é isso que tem ocorrido. Já são freqüentes as denuncias contra militares da reserva baseadas em supostas provas colhidas pela CNV.

Essa semana a Comissão deu mais um passo interessante, fechou acordos com o Ministro da Justiça e polícia federal para que militares sejam conduzidos para depor, mesmo contra sua vontade. Na prática isso não deve contribuir em nada para os propósitos da CNV. Afinal, pode-se até, mesmo contra a lei, conduzir alguém até um plenário, ou a uma sala de reuniões, mas obrigá-lo a falar é impossível, ainda mais em se tratando de militares, acostumados a suportar pressões extremas.

O cordenador da CNV, Pedro Dalari declarou que:  "Viemos de maneira preventiva dialogar com o ministro da Justiça e com o diretor da PF sobre esse procedimento e ficamos muito satisfeitos com a reunião e com o diálogo mantido pelo ministro, que manifestou claramente o entendimento de que esta medida é perfeitamente adequada ao espírito da lei que instituiu a CNV".

Dalari não confirmou se os militares serão levados já nos próximos dias, coercitivamente, para depor. Mas citou dois casos em que a medida "se enquadraria".

Ele citou o General Belham e o coronel Wilson Machado.

Wilson Machado foi acusado de participar do atentado do Riocentro em 1981 – plano de detonar bombas durante um show no Rio, para protestar contra a abertura política da ditadura, mas que fracassou porque um dos artefatos explodiu no colo de um militar do lado de fora do show. "O capitão já foi convocado uma vez e não compareceu. Já há condições de ser conduzido coercitivamente, provavelmente vai entrar nesta relação", disse Dallari.

O general reformado José Antônio Nogueira Belham, acusado de envolvimento na morte do ex-deputado federal Rubens Paiva. Belham já prestou depoimento à comissão, mas foi convidado para depor à Câmara dos Deputados depois que documentos novos obtidos pela comissão apontavam indícios de sua ligação com o caso, mas não compareceu, justificando que não tinha mais nada a declarar.

Dallari disse ainda que: “Quero manifestar minha convicção de que isso não será necessário. (…) Seria vexatória a ausência sem qualquer tipo de justificativa”.

Essa declaração poderia até ser interpretada como uma espécie de ultimato, já que parece deixar claro que se os militares não forem por bem terão que ir por mal, conduzidos pela polícia federal.

Veja também: Militares tendem a acabar SEUS DIAS NA CADEIA

https://sociedademilitar.com.br

Deixe um comentário
Compartilhe
Publicado por
Sociedade Militar