Opinião
O que se percebe pelo endurecimento do discurso de João Pedro Stedile até há pouco desaparecido é que tenta de forma indireta manipular as massas da direita para que estas, insufladas também por seus sanguíneos ícones e gurus, exijam das Forças Armadas e cúpula do governo uma reação autoritária e precipitada.
O discurso de Stedile é na verdade direcionado para seus opositores. Ele quer elevar a temperatura do ambiente político.
Stedile disse ao UOL que o país pode explodir muito em breve.
Alguns, como o próprio Eduardo Bolsonaro vez por outra engolem esse discurso e acabam se precipitando em declarações que só esquentam mais ainda a situação já quase de fervura.
O próprio Jair Bolsonaro teve que desmentir o discurso do filho sobre o AI5, reverberado aos borbulhões pela esquerda.
João Pedro Stedile disse: “O papel do Lula não é com a esquerda, o papel do Lula dura com as massas. Por quê? Porque o Lula foi o produto daqueles 40 anos de mobilizações de massa, que começaram nas greves históricas de 1978 e 1979 das quais ele emergiu como líder operário. Seguiu com a luta das Diretas, seguiu com a luta da Constituinte, seguiu com toda a luta que houve depois. Então Lula é a expressão, é a simbologia. Ele é maior que ele mesmo. É maior que o PT, é maior que a esquerda. Ele é a simbiose do povo brasileiro num só. Então ele, livre, cumprirá um papel que nenhuma outra pessoa pode fazer, nenhum outro candidato, se você quiser.”
Todas as vezes em que se fala de protestos da esquerda ou da liberdade de Lula, gurus, sites e grupos que fazem apologia à chamada intervenção militar, fechamento do STF etc., reiniciam sua pressão e expressam seu desejo de ver o país comandando por generais.
Informações que recebemos de amigos ainda na ativa atestam que há tranquilidade e confiança de que tudo caminha para que as mudanças propostas pelo governo Bolsonaro sejam aos poucos implementadas.
“… em uma democracia não pode-se esperar que se ganhe tudo todas as vezes, estamos caminhando bem. Lula cumprindo sua pena é melhor mas se a justiça decidir que deve ser libertado não causaria grande diferença, só mais um a gritar com o objetivo de chamar a atenção. Quando ele estava pra ser preso ameaçaram tocar fogo no país. Não fizeram isso. Eles são minoria, quem de fato move o Brasil trabalha e não tem interesse no caos. Não haverá nenhuma reação, nosso papel é garantir a estabilidade e não o contrário.”, diz um militar que não pode se identificar.
Robson Augusto – Jornalista, militar R1 – Revista Sociedade Militar
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