Com 51 anos de idade, separada e morando sozinha, a senhora Cláudia (*nome fictício), por um “acaso do destino”, conheceu Josh nas redes sociais, um homem também de meia idade. Ele é sargento da Marinha dos Estados Unidos e serve atualmente no Oriente Médio. Já estão há mais de 3 meses conversando, ele é muito gentil, enviou fotos dele junto de sua filha e algumas junto de amigos também militares. Ele é viúvo há 3 anos e a menina tem que ficar em num colégio interno, que leva quase todo o seu pagamento. “Mas vale a pena, minha filha está acima de tudo”, ele diz.
O militar diz ainda que quer vir ao Brasil para conhecer Cláudia pessoalmente e iniciar formalmente esse namoro, já que eles têm tantas coisas em comum. Porém, Cláudia precisa fazer um depósito para Josh completar a quantia que tem que pagar para ter o direito de tirar férias por pelo menos 15 dias.
Essa história é mais comum do que muita gente imagina. A Revista Sociedade Militar recebe pelo menos uma informação por semana sobre mulheres brasileiras sendo enganadas por golpistas. Há também homens assediados, mas o número é bem menor.
Em um dos golpes narrados por nossas leitoras o golpista usou imagens de um herói de guerra americano, que faleceu em combate. Conseguimos identificar a imagem e enviamos os dados para a senhora, que “desmanchou” o namoro.
Antes os golpes de Scammers românticos eram predominantemente com base em plataformas de namoro, mas ultimamente os golpistas vêm usando cada vez mais as redes sociais de relacionamento, como Facebook e Instagram.
Só na Austrália, que mantém registros dos crimes denunciados, o prejuízo com esse tipo de golpe chegou, em 2019, a mais de 28 milhões de dólares. No Brasil não há ainda uma plataforma que concentre esse tipo de informações. Há vários sites que tratam eventualmente do assunto – como a Revista Sociedade Militar – onde os campos de comentários são muito ricos e importantes para quem quer se informar sobre a coisa.
Uma orientação encontrada em site australiano mostra que o golpe por lá aplicado é basicamente o mesmo aplicado contra brasileiras.
PARTE 2
“Eles normalmente tecem histórias complicadas sobre por que não podem se encontrar pessoalmente e pedem à vítima que envie dinheiro ou forneça ajuda financeira para que possam viajar para encontrá-las…”
O artigo Enganadas por “militares” que “namoram” online. Cresce o número de brasileiras envolvidas pelos scammer, golpistas que se passam por MILITARES americanos, publicado ainda em 2017, contem mais de 70 relatos e pedidos de orientação sobre esse tema. Clique aqui e veja
A orientação para que acha que está sendo enganado é procurar as delegacias especializadas em crimes eletrônicos. Mas, como os golpistas geralmente estão fora do Brasil normalmente é muito difícil solucionar um caso. Há denúncias recentes de que as vítimas foram convencidas a realizar depósitos em contas bancaria aqui no Brasil, isso pode indicar que há charlatães por aqui aplicando o mesmo golpe que normalmente era realizado a partir de terminais de computador na África.
Os golpes desse tipo são devastadores porque geralmente alcançam pessoas que já tiveram decepções amorosas, viúvas etc.
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