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Aos poucos o bom nome das instituições Armadas vai caminhando para o … abismo

OPINIÃO – Militares, Forças Armadas & Política

Em dois anos de governo o número de notícias negativas envolvendo oficiais generais, os todo poderosos das Forças Armadas, deve ultrapassar a soma dos casos acumulados desde o império. Infelizmente esse tipo de coisa acaba por ofuscar as notas positivas sobre ações implementadas pelo governo Bolsonaro visando a resolução de questões sociais, agrarias e de infra estrutura.

Antes baluartes da decência, um a um os membros da casta palaciana, em fila indiana, acabam por se tornar – à vista da sociedade – em apenas mais alguém que desejava usar o estado em seu próprio favor.

A questão de permitir-se extrapolar teto do funcionalismo foi apenas a gota d´agua pra muita gente que já observava desconfiada tudo que vem acontecendo.

Ninguém engana mais ninguém, conversamos com gente da cúpula e com gente da base.

Ética, corporativismo ou espírito de corpo – tanto faz o nome usado – não deixam escapar muito para além dos muros. Mas, o que se fala, o pouco que se ouve, é que o status está mesmo indo por água abaixo. Seria o caso de se observar atentamente essa questão – se ao se atirar as FA no turbilhão fedorento da velha política, ou nova velha política, que seja – não corre-se o risco de atentar contra segurança nacional, credibilidade na cúpula armada, confiabilidade nas instituições etc.

O próprio estatuto dos militares proíbe o uso de designação hierárquicas – como general – quando o militar exerce cargo político. Ninguém aparentemente respeita isso, basta uma olhadela em portas de gabinetes na câmara para a obvia constatação. A coisa obviamente foi criada e introduzida na lei máxima dos militares, o ESTATUTO, para que as cagadas da aristocracia militar em cargo civil não espirrassem nas Forças Armadas, instituições seculares e permanentes, mas sujeitas sim à depreciação de status.

Desde sempre existiu esse risco, ninguém foi pego de surpresa!

Será tão difícil se lembrar das palavras do tão idolatrado Samuel Huntington sobre a necessária neutralidade política do militar?

O profissional militar é politicamente neutro”

Como tudo extrapolou estratosfericamente todos os limites, já se fala em proibir militares de exercer cargo público e muitos se preparam para assistir-se em rede nacional general fardado em CPI tomando “mijada” de político.  

Obviamente, sempre que se escuta um estrelado da casta milico-política falar publicamente sobre o assunto militares e política no governo Bolsonaro, o discurso é o mesmo.

Não há preocupação, militar e política não se misturam e não há chance do status das Forças Armadas ser afetado … 

Há pouco mais de um ano, logo que deixou o governo, o general Santos Cruz sustentava um discurso que dizia que era impossível que as Forças Armadas fossem envolvidas pelo redemoinho político. Agora o militar parece pensar diferente. Sobre a recente troca na cúpula das Forças Armadas e Ministério da Defesa, deixou claro que há sim risco de alinhamento da cúpula armada com o governo, deixando as FA de ser as tão aclamadas instituições de estado, não de governo. 

“… Agora, se for pelo motivo que vem sendo ventilado, que é alinhamento político, comportamento político de Forças Armadas, nós estamos em um campo extremamente perigoso. Não pode acontecer politização partidária das Forças Armadas” General Santos Cruz

Só algumas coisinhas

GENERAIS QUEREM MAIS DINHEIRO – Depois de uma campanha intensa falando contra privilégios e corrupção, a parcela sensata do Bolsonarismo se vê em uma sinuca de bico.

Digo a parcela sensata porque os chamados minions continuarão sem usar os poucos neurônios que restaram, estigmatizando e chamando de comunista qualquer um que ouse pensar fora da caixinha ou discordar minimamente de qualquer ato do governo atual.

Os super salários de magistrados e políticos sempre foram combatidos pela sociedade. Ninguém achava coerente que um funcionário público recebesse mais que 39 mil reais. Pois é, ante embasbacados cidadãos que votaram em Bolsonaro crendo na chamada “nova política”, ao invés de combater a coisa, a sacanagem, o uso do poder em proveito próprio, os ministros militares do governo Bolsonaro não se fizeram de rogados, cuidaram para que seu nome fosse inserido na lista seleta dos beneficiados com a já antiga odiosa mamata. Nem nos larápios governos Lula e Dilma isso ocorreu no poder executivo. 

Sim, os santificados, poderosos, lícitos e patriotas generais palacianos entraram para a lista dos que recebem os chamados super-salários.

O TCU disse que: “na hipótese de acumulação de aposentadoria com a remuneração decorrente de cargo em comissão, considera-se, para fins de incidência do teto constitucional, cada rendimento isoladamente”.

Bem, para a percepção das altíssimas remunerações os civis aposentados, que perdem o vínculo com seu empregador original, podem contar seus salários separadamente. Mas, como o texto do TCU é bem claro ao dizer acumulação de aposentadoria com a remuneração decorrente, como ficam os generais, que alegam que não se aposentam, que apenas estão afastados, apenas transferidos para o banco de reservas, que não perdem o vínculo com as FORÇAS ARMADAS?

Mourão, o ético – O general Mourão, vice-presidente, cujo salário subirá para 63 mil reais, talvez tenha sido o menos insensato da patota, ao dizer: “É legal, mas eu não considero ético no momento que isso aconteça“.

Estamos aguardando o general – vice-presidente – o ético, abdicar da majoração salarial.

STM E O CNJ – Por esses dias o presidente do Superior Tribunal Militar, um oficial general, julgador leigo, insinuou em uma videoconferência, em algo considerado como evidente atentado contra a ética e legalidade, que as Forças Armadas deveriam ter um lugar no Conselho Nacional de Justiça.

Por que motivo os generais querem ser tão influentes?

Ante tanta adoração de fanáticos militaristas já começam a se sentir sacrossantos, a ponto de se sentir no direito de “by-passar” a CF1988?

PAZUELO SIM ESTÁ COM MEDO – O ex-ministro e ainda general da ativa, Eduardo Pazuello, que foi chamado de General de Merda pelo senador Telmário Mota, continua se esquivando de comparecer em audiência da CPI anti-Bolsonaro. O militar, conhecido pelo pouco cuidado relacionado à COVID-19, recentemente se conscientizou, resolveu mudar de atitude e tomar precauções quanto a contaminação.

E o Exército, sim o Exército Brasileiro, comunicou ao Congresso Nacional que o oficial não poderia participar de uma CPI por conta de recente contato com pessoas contaminadas.

Ouviu-se por aí que o militar desejava comparecer fardado à CPI do SENADO, será que espera que em pleno século XXI, agora que cada vez mais gente acredita que generais da nova casta milico-política se importam mesmo é com cargos e salários, alguém se intimide com a farda verde oliva?

Robson Augusto / Revista Sociedade Militar

 

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