Notícias e Atualidades

Câmara vai exigir do Exército explicações sobre monitoramento de parlamentares – “Quebra da harmonia e independência entre os Poderes”

Após tomar conhecimento da existência de documentos que indicam que houve monitoramento de perfis nas redes sociais de parlamentares e militares de baixa patente que participavam da discussão sobre um projeto de lei apresentado pelo Ministério da Defesa, sobre os quais até o momento o Exército Brasileiro não se manifestou, apesar de questionado pela Revista Sociedade Militar, Poder360 e outros veículos de imprensa, o deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ) ingressou com uma solicitação oficial para que se explique o que aconteceu.

As solicitações do parlamentar são as seguintes

1. Quem contratou o relatório de “Acompanhamento e análise do
PL 1645 nas mídias sociais”, divulgada na Revista Sociedade
Militar?
2. Qual o valor pago por este serviço?
3. Qual a modalidade da contratação do serviço?
4. Qual o processo de contratação do serviço? Enviar cópia
integral do processo de contratação.
5. Quem ordenou a realização do Relatório número 16 –
10/10/2019, divulgado pela Revista Sociedade Militar?
6. Quem(quais) foi(ram) o(s) responsável(is) pelo monitoramento e
elaboração do Relatório número 16 – 10/10/2019, divulgado
pela Revista Sociedade Militar? Qual o enquadramento
funcional dele(s)?

O monitoramento indica que se apurava sistematicamente, por meio de ferramentas especializadas, como o software Vtraker, que faz uma varredura minuciosa na internet, os períodos em que havia maior ou menor rejeição por parte da sociedade em geral para estruturar as ações da força no sentido de influenciar a opinião pública com o objetivo de facilitar aprovação do projeto de lei.

Em um dos relatórios obtidos pela Revista Sociedade Militar está registrado um momento em que o monitoramento detectou que a “temperatura” das redes sociais se encontrava extremamente desfavorável para o Ministério da Defesa, o que teria ensejado ações a serem realizadas com o objetivo de virar o jogo. 

No requerimento para o Exército, registrado como RIC 1058/2021o deputado Marcelo Freixo diz que são fatos são graves e podem representar a quebra da harmonia e independência entre os Poderes da República, além de uma afronta à inviolabilidade das opiniões, palavras de votos dos Deputados Federais.

— “Toda a estrutura das Forças Armadas, gigantesca por sinal, é construída para uma guerra, atacar e se defender de milhares de pessoas, de exércitos inteiros… Eles não são pagos, toda essa estrutura não é custeada pelo povo para ser colocada a serviço de um grupo que quer aprovar um projeto de lei que vai beneficiar alguns, essa não é a destinação constitucional … uma estrutura descomunal pra enfrentar dois ou três deputados e 15 sargentos! Não importa se o parlamentar é de direita ou esquerda, está errado! … “

“… Completamente certo em pedir explicações, parece que voltamos aos porões da ditadura, antes escusos, só que agora tá aí para todos verem…”

Acima está a opinião de alguns militares obre a repercussão dos relatórios de monitoramento onde são citados Marcelo Freixo, Glauber Braga, outros parlamentares e diversos militares das Forças Armadas que participaram das discussões sobre o projeto de lei da REESTRUTURAÇÃO DAS CARREIRAS dos militares, já transformado em lei em dezembro de 2019 e até hoje taxado de injusto por militares de baixas patentes e pensionistas das Forças Armadas

@RobsonAugustto / Sociólogo, jornalista, militar R1

Revista Sociedade Militar

Deixe um comentário
Compartilhe
Publicado por
Sociedade Militar