Forças Armadas

Generais estão acovardados diante da possibilidade de retorno da esquerda, diz ex-aliado de Bolsonaro. Oficial avalia que apoiar Bolsonaro significa apressar a volta de Lula

Como anda a mente da cúpula das Forças Armadas? O que pensam praças e oficiais na ativa a na reserva sobre os acontecimentos políticos atuais, quem eles vão apoiar nas próximas eleições? Tudo isso pode ser visto aqui, a Revista Sociedade Militar acompanha de perto o pensamento militar.

Ex-aliado de Bolsonaro, diz que oficiais estão acovardados diante da possibilidade de retorno da esquerda e que é preciso uma “terceira-via” da imprensa, sem apego a partidos ou ideologia.

Em entrevista realizada nessa terceira semana de 2022 pela BandRS, apresentada por Diego Casagrande e Cesar Cidade Dias, Paulo Chagas, general da reserva que apoiou intensamente a eleição de Jair Bolsonaro e caminhou junto de seguidores do atual presidente, como a deputada Bia Kicis, deixou claro que o Exército e as Forças Armadas vão respeitar o resultado das urnas seja ele qual for. O oficial deixou escapar que em uma conversa mantida na sexta-feira passada entre generais no Clube do Exército em Brasília alguém colocou que se o Brasil “se afundar nós vamos afundar junto e a sociedade vai aprender , as vezes a gente só aprende sofrendo e vai ver não sofremos tudo ainda o necessário para aprender alguma coisa… ouvir as pessoas certas e não ficar pensando em ilusões. “

Lava jato e corrupção

Sobre o fato de Bolsonaro passar a se posicionar contra a Lava jato e combate a corrupção o oficial disse que ainda antes das eleições foi alertado por militares sobre a possibilidade de Bolsonaro estar dissimulando.

“esse cara não é confiável, uma coisa é o que ele diz e outra é o que ele faz… os interesses dele estão acima de tudo, não é o Brasil”.

 

Para o oficial general, Jair Bolsonaro é apenas… 

“mais do mesmo… apenas com sinal contrário… Bolsonaro não sabe bem o que é liberalismo e conservadorismo, não sabe bem o que é direita… e no final das contas está sendo comandado pela corrupção”.

Sobre a imprensa hoje

“Acho que nosso papel é manter os microfones a disposição e alertar a população sobre aquilo que eles já viveram… errar é humano mas repetir o erro é falta de inteligência”

“Dependemos de uma imprensa que faça publicidade… contar o que está acontecendo… essa missão está nas mãos da imprensa… A própria imprensa está dividida, nos dois extremos, apoiando o extremo a esquerda ou o extremo à direita na verdade quem é que está lucrando com isso, seja quem for que vença essa eleição quem vai sair lucrando é a corrupção. Essa nunca saiu do quadro, só ficou esperando, saiu um pouco de circulação, com medo da promessa de combate a corrupção do governo Bolsonaro, que acabou não acontecendo e acabou desmoralizando ou pelo menos tentando desmoralizar o juiz Sérgio Moro. A corrupção ficou aguardando, esperando, vai chegar uma hora em que ele vai bater na nossa porta, e ele bateu e ainda chegou ao cúmulo de dizer que sempre foi do centrão. Aquele negócio de centrão pega ladrão era conversa fiada… eu me sinto enganado”

Sobre a pressão sobre a opinião o oficial deixou escapar que no tempo em que militava contra a esquerda tinha o costume de ler argumentos contrários, mas que agora a coisa mudou porque o que vê é um culto a personalidade, como se Bolsonaro fosse um extremo estrategista e ninguém estivesse a altura de sequer compreender as decisões que tem tomado.

“eu não recebo pressão, mas recebo críticas… durante o tempo em que eu militava contra o PT e Lula eu fazia questão de ler as posições… eu via os argumentos daqueles que são contra mim… Hoje essa contundência é maior, esse pessoal, o chamado bolsonarista de raiz deixou de apoiar uma proposta pra fazer culto a personalidade…  o mito pode fazer o que bem entender, ele faz uma besteira sem tamanho e alguém diz: “isso é coisa de gênio e ninguém conseguiu entender…”. Ele não enxerga coisa nenhuma, enxerga o momento em que está vivendo… O que me incomoda é ver companheiros que tem a mesma formação que eu estarem nesse momento acovardados. O medo que eu vejo é medo da volta da esquerda, como se não tivéssemos outras coisas pra fazer… outros candidatos pra apoiar pra continuar nessa luta… continuar apoiando Bolsonaro é pavimentar o caminho para a volta da esquerda

… em 2018 não tinha outro candidato pra fazer frente… 

O Brasil “vira Venezuela”?

“… não acredito… onde essas coisas aconteceram a primeira providência foi ter as Forças Armadas ao lado da ideia, ao lado da revolução… mas ele tinha de fato uma liderança e a formação dos militares venezuelanos é incomparavelmente inferior, no Brasil os militares tem compromissos com o Brasil e os venezuelanos tem compromisso com a circunstância … ”

Link da entrevista:https://www.youtube.com/watch?v=JRADAhIJauU

Revista Sociedade Militar

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Sociedade Militar