Política Brasil

Ninguém morreu! Crítica contra policial que negociou a rendição de Roberto Jefferson demonstra inépcia da imprensa

Chegam a ser ridículos os comentários em tom de crítica contra o policial que negociou a rendição de Roberto Jefferson. Em vídeo vazado nas redes sociais percebe-se que o agente – desarmado – conversava de forma amigável com Roberto Jeferson e outras pessoas, entre elas o padre Kelmon. 

O objetivo da negociação é exatamente esse, que durante o contato não existam incidentes emocionais para que a rendição seja obtida da forma mais pacífica possível. 

Não importa se o negociador ri, chora ou conta piadas para o indivíduo identificado como ameaça, o que importa é reduzir o stress ao máximo para se alcançar o resultado pretendido.

Percebe-se, pelo vídeo, que o policial durante o bate papo obteve detalhes sobre o armamento utilizado, todos ouviram a conversa sobre o tipo de granada utilizado. É preciso lembrar que outro dos objetivos do negociador, dentro dos aspectos táticos da sua função, é exatamente obter informações que ajudem na preparação de uma ação de maior impacto, caso isso seja necessário. Em último caso, em uma situação que fugisse do controle, o negociador pode ser aquele que sutilmente posiciona a ameaça em um local onde possa ser neutralizado por um agente posicionado nas proximidades.

Um manual sobre negociação muito conhecido diz o seguinte: “os negociadores tornam-se aliados do criminoso e conversam com ele para que decida pela rendição pacífica…” (SISTEMATIZAÇÃO E MANEJO
DAS AÇÕES DO NEGOCIADOR NO CONTEXTO DA SEGURANÇA PÚBLICA)

Na grande mídia (UOL) foram publicados comentários do ex-bope Rodrigo Pimentel, que disse que a coisa deveria ter sido feita de outra forma.

“Quem atira em policial é bandido e deve ser tratado como bandido. Acho vergonhoso para a Polícia Federal ver uma imagem dessa e o tratamento dispensado ao Roberto Jefferson por um agente da Polícia Federal”.

Pelo comentário tem-se a impressão que o ex-policial do Bope desejava que o prisioneiro saísse do local morto, pelas próprias mãos ou por um tiro disparado pelo policial.

Não foi necessário o uso da violência e todos os presentes saíram ilesos, inclusive o preso, que muitos temiam que se suicidasse. Ninguém morreu, e o problema foi resolvido, será esse o motivo principal das críticas? As notícias veiculadas, infelizmente, chegam a dar a impressão que desejo seria que se obtivesse uma ou mais mortes pra se jogar na conta do candidato Jair Bolsonaro.

Robson Augusto – Militar da reserva remunerada, jornalista

 

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Robson Augusto