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O que os chavistas esperam de Lula, caso o petista seja eleito. Você precisa saber disso antes das eleições

Pouco se comenta sobre isso na grande mídia brasileira. Mas, as eleições no Brasil são essenciais para determinar o futuro da América Latina.

A eleição de Lula no Brasil hoje é uma das grandes aspirações do chavismo venezuelano.

Uma leitura rápida em sites políticos da Venezuela e publicações ligadas ao Partido Socialista Unificado no país nos dão a certeza de que políticos chavistas contam muito com a eleição de Lula para alavancar aspirações importantes que hoje estão emperradas como consequência do governo Bolsonaro e sua dura oposição ao chavismo-bolivarianismo.

Somente Cuba e Venezuela, expoentes do socialismo bolivariano, ou do chamado socialismo do século XXI, juntos devem ao Brasil mais de 3.5 bilhões de reais.

Infelizmente hoje os brasileiros não têm qualquer perspectiva de rever esse dinheiro.

Será que uma normalização das relações institucionais entre Brasil e Venezuela aumentariam as chances dessa dívida ser quitada?

3.5 bilhões de reais é dinheiro suficiente para a construção de pelo menos 100 mil casas populares ou para a construção de 100 hospitais de porte médio no Brasil.

Quatro certezas existentes nas mentes dos chavistas se Lula for eleito

1.- Ocorrerá Um impulso tremendo no Mercosul e a Venezuela voltaria a ser um dos principais protagonistas. Chavistas acreditam que isso faz parte da agenda lulopetista a partir de 2023.  Eles acreditam também que o Brasil pode retornar à CELAC (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos) tendo como consequência direta a perda de prestígio dos EUA na região e consequente aumento da influência cubano-venezuelana, os dois principais influenciadores no que diz respeito à doutrina socialista na América Latina.

Segundo Fernando Rivero, um dos parlamentares-constituintes venezuelanos, apoiador de Maduro e mantenedor do jornal CuatroF, mídia preferida da esquerda bolivariana, a reincorporação do Brasil à CELAC afetaria diretamente o prestígio norte-americano na América latina.

 “Um Brasil somado à criação de uma estrutura institucional mais forte para a CELAC seria um retrocesso para a Casa Branca. Uma CELAC com parlamento próprio, fortalecendo suas políticas de integração e buscando soluções consensuais para os problemas da região; mais uma evidência da natureza anacrônica da OEA. Da mesma forma, Lula na Presidência será a grande oportunidade política para revitalizar a UNASUL. Sem dúvida, devido ao tamanho da economia brasileira e à liderança estabelecida de Lula, o Brasil poderia contribuir para a integração latino-americana e caribenha.”

2.- Haverá grande Fortalecimento do Grupo de Puebla. A vitória de Lula aumentaria, na visão dos chavistas, a influência internacional desse grupo e fortaleceria suas posições político ideológicas, já que contaria agora com a influência do país com a maior população da América latina.

Entre outras visões de mundo, o Grupo de Puebla instituiu como uma de suas principais diretrizes o fim do combate às drogas nos moldes como hoje conhecemos, sem as saídas chamadas “militaristas” e instituindo um enfoque alternativo.

Outro dos pilares do grupo é o apoio ao que chamam de democracia da Venezuela.

Na declaração de Puebla, em 2021, vemos o seguinte: “um enfoque alternativo para o problema mundial das drogas, lembrando que as saídas unilaterais, militaristas e impostas” e “Apoiamos a democracia na Venezuela e rejeitamos categoricamente as tentativas de ingerência que atrasam uma saída da crise econômica e de saúde

3.- O Brasil será utilizado para implementar um impulso ao combate franco contra as “forças conservadoras” tanto da América latina e Caribe como nos próprios EUA, abalando os pilares do Partido republicano nos EUA.

Uma das maiores expectativas de Nicolás maduro é que com a vitória de Lula o Brasil seja uma ferramenta para que se encerre o isolamento da Venezuela e se reinicie a normalização das relações diplomáticas com os diversos países da região .

4.- O Brasil vai colaborar política e financeiramente para alavancar a influência de países que tem relações com a Venezuela, como Cuba, Rússia, Irã e China. Recentemente (06/2022) a Venezuela assinou um acordo de cooperação com o Irã nas áreas de petróleo, gás e petroquímica, com prazo previsto de 20 anos.

Aguardemos os resultados das eleições.

Robson Augusto / Jornalista, militar na reserva remunerada Instagram: https://www.instagram.com/robson_sociedade_militar/

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Robson Augusto