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Combates se intensificam no sul da Ucrânia e dezenas de soldados russos podem ter sido mortos.

“Dezenas de soldados do exército russo foram mortos no Oblast de Kherson”. Essa foi a mensagem postada no Facebook do Estado Maior das Forças Armadas da Ucrânia.

Tanque russo destruído na Ucrânia – Foto por Freepik

A resistência ucraniana parece estar ganhando força na região, nos últimos meses. Ainda no mesmo post no Facebook, o Estado-Maior acrescentou que seus soldados atacaram posições inimigas perto de Chaplynka, sudeste de Kherson, na segunda-feira, e teria eliminado cerca de 50 soldados russos.

Essa é uma resposta importante aos recentes ataques russos à região. Semanas atrás, às vésperas de natal, as forças russas bombardearam a cidade de Kherson, deixando pelo menos 10 mortos e dezenas de feridos.

Kherson, uma cidade portuária estratégica do Rio Dnipro, foi capturada pelo exército russo apenas dias após a invasão em 2022, no dia 24 de fevereiro. Foi a primeira grande região a cair nas mãos de Putin após o início da guerra e foi a maior conquista militar da Rússia no conflito, em parte devido à sua localização estratégica e também pela sua proximidade da Crimeia. Em novembro, contudo, os russos anunciaram a “difícil decisão” de se retirarem da cidade.

Shopping Center bombardeado em Kherson, Ucrânia, em foto de janeiro de 2023.

Enquanto isso, mais ao leste, a situação da Rússia não está melhor

A Rússia está ficando sem tropas na batalha por Bakhmut, na região de Donbass, ao leste da Ucrânia, diz o Institute for the Study of War (ISW), um grupo de pesquisa e think tank americano especialista em análises militares.

O ISW disse na terça-feira que as forças russas em Bakhmut podem estar chegando ao “clímax” – o ponto em que uma força militar de ataque não pode mais continuar seu avanço – assim como as forças russas na região sul de Kherson.

“A taxa de avanço militar russo na área de Bakhmut diminuiu recentemente em meio a crescentes restrições de pessoal e munições que provavelmente impedirão o exército russo de manter um alto ritmo de operações ofensivas na área”, disse o ISW.

O porta-voz do Grupo de Forças do Leste Ucraniano, coronel Serhiy Cherevaty, confirmou a informação, acrescentando que as forças russas na área de Bakhmut não estão mais operando como grupos táticos de companhia e batalhão, mas sim em grupos menores, com 10 a 15 membros, em formações do tamanho de esquadrões.

Um edifício residencial em chamas. Bakhmut, Fevereiro de 2023. – Foto de Marek Berezowski.

Serhiy Haidai, governador da região de Luhansk ocupada pela Rússia, disse em seu canal no Telegram na segunda-feira que milhares de soldados russos morreram na batalha por Bakhmut.

Embora a cidade de Bakhmut não tenha muito valor estratégico, sua localização tem, e muito. A conquista da região permitiria às tropas de Putin lançar ataques de artilharia em locais-chave, como as cidades de Kramatorsk e Slovyansk, na região de Donetsk.

Segundo a ONU, a Rússia já causou 17.831 baixas civis na Ucrânia.

As baixas civis na guerra Rússia-Ucrânia estão se aproximando de 18.000, de acordo com dados divulgados recentemente pelas Nações Unidas (ONU).

O Gabinete do Alto Comissariado para os Direitos Humanos (OHCHR) disse na terça-feira que pelo menos 6.884 civis foram mortos e 10.947 feridos na Ucrânia desde o início da invasão russa em 24 de fevereiro, até o dia 26 de dezembro. A maioria das baixas teriam sido causadas causadas pelo que o órgão chamou de “uso de armas explosivas com efeitos de ampla área”.

“O OHCHR acredita que os números reais são consideravelmente maiores, já que o recebimento de informações de alguns locais onde intensas hostilidades estão ocorrendo foi adiado e muitos relatórios ainda estão pendentes de corroboração”, disse o OHCHR em um comunicado à imprensa. “Isso diz respeito, por exemplo, a Mariupol (região de Donetsk), Izium (região de Kharkiv), Lysychansk, Popasna e Sievierodonetsk (região de Luhansk), onde há alegações de numerosas vítimas civis.”

Pelo menos 429 crianças civis também morreram, segundo a mesma fonte.

A cidade de Vuhledar na região de Donetsk ficou quase completamente destruída devido à agressão militar russa. Foto de 13 de fevereiro de 2023 – Foto de Konstantyn & Vlada Liberov.

A Rússia tem enfrentado acusações de atacar alvos civis desde o início da guerra. Moscou negou amplamente qualquer responsabilidade por baixas desse tipo, ao mesmo tempo em que culpou as forças ucranianas por supostamente atacarem seus próprios cidadãos.

Baixas militares

O governo ucraniano afirmou que mais de 100.000 soldados russos foram mortos desde o início da guerra. A Rússia não divulga números atualizados das baixas de soldados.

O número exato de soldados ucranianos mortos durante o conflito também não é claro. Oficiais ucranianos criticaram uma estimativa da União Europeia de que a Ucrânia havia sofrido mais de 100.000 baixas. Os números oficiais estimam que apenas 13.000 soldados do país foram mortos.

Operador de morteiro em Vuhledar, na região de Donetsk, em fevereiro de 2023. – Foto de Yevhenii Zavhorodnii
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Publicado por
Rafael Cavacchini