Em visita oficial ao Comando Militar do Nordeste nesta segunda-feira, 15 de abril, o Ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, afirmou que a construção da Escola de Sargentos do Exército (ESE) em uma Área de Proteção Ambiental (APA) em Pernambuco é irreversível.
A afirmação foi acompanhada da declaração: “Vai ser uma escola e ninguém vai mexer nisso”, o que demonstrou a convicção do ministro quanto à concretização do projeto.
Detalhes do projeto e contrapartidas
A construção da Escola de Sargentos do Exército, inicialmente prevista para suprimir 180 hectares de mata atlântica, teve sua área de impacto reduzida para 90 hectares após ajustes no projeto.
A escola militar pretende incorporar uma população de 6,4 mil pessoas, incluindo alunos, militares e familiares, gerando uma renda anual estimada de R$ 211 milhões em salários. Além disso, espera-se a criação de 11 mil empregos diretos e 17 mil indiretos durante a fase de construção e a ativação de um polo educacional na região.
Como contrapartidas pelas intervenções na APA, o governo do estado de Pernambuco se comprometeu a asfaltar a Estrada do Mussurepe, que dá acesso ao local da obra, e a requalificar a PE-027 e um trecho da PE-041.
Histórico do projeto e polêmicas
A escolha de Pernambuco para sediar a ESE se deu após um processo de seleção em 2021, no qual o estado competiu com Ponta Grossa (PR) e Santa Maria (RS). A pedra fundamental da obra foi lançada em março de 2022 com a presença do então presidente Jair Bolsonaro.
No entanto, o projeto desde o início gerou polêmica devido à sua localização em uma área protegida ambiental.
O Fórum Socioambiental de Aldeia, grupo que defende a preservação da região, alertou para os impactos negativos da construção, destacando a importância da área para o abastecimento de água de quatro cidades da região e a existência de lei estadual que proíbe construções na APA.
Posição do Ministério da Defesa
Apesar das preocupações ambientais e das críticas, o Ministério da Defesa manteve a decisão de construção da escola no local.
“Existem alguns últimos ajustes que precisam ser feitos, mas nós temos garantida a irreversibilidade da decisão [da construção] da Escola de Sargentos. Vai ser uma escola e ninguém vai mexer nisso“, disse o ministro José Múcio.
Optei por excluir a frase abaixo por que ela passa uma ideia opinativa e unilateral.
Fonte: G1