O voo 517 da Força Aérea Uruguaia se transformou em roteiro de um dos filmes mais assistidos do catálogo da Netflix.
Só para ter uma ideia, o filme alcançou, nas duas primeiras semanas de lançamento, 68,3 milhões de horas assistidas, um recorde para filmes de língua não inglesa.
A história de superação e resistência dos sobreviventes do acidente aéreo é o fio condutor da trama de “A Sociedade da Neve”, lançado em 2023, com direção de J.A. Bayona.
Para quem não sabe, o filme é totalmente inspirado na história real deste fatídico acidente que envolveu a Força Aérea do Uruguai e a equipe de rugby do país.
Veja os detalhes dessa história emocionante.
Sociedade da Neve e os sobreviventes dos Andes
Em 13 de outubro de 1972, o avião Fairchild FH-7827 D da Força Aérea Uruguaia voava sobre a Cordilheira dos Andes com a equipe de rugby uruguaia rumo ao Chile para disputar uma partida.
Ao todo, 45 pessoas estavam a bordo da aeronave, incluindo o piloto, jogadores, amigos e familiares.
Mas, por um erro entre os controladores aéreos e o piloto, o avião veio a cair no Monte Seler, no Chile, no alto das Cordilheiras dos Andes.
Pouco antes do acidente, o avião atingiu o alto de uma montanha a 4,2 mil metros o que provocou a separação da asa direita, que foi jogada para trás culminando com o corte do estabilizador vertical que, por sua vez, abriu um buraco na parte traseira da fuselagem.
Logo em seguida, o avião atingiu um segundo pico que resultou na separação da asa esquerda. Uma das hélices chegou a cortar a fuselagem no momento em que a asa se desprendeu.
Foi então que a aeronave se chocou contra o solo deslizando por uma encosta íngreme até finalmente parar sobre um banco de neve.
Das 45 pessoas que estavam no voo, 12 morreram na hora do acidente, outras 5 vieram a falecer na manhã seguinte e uma outra vítima morreu após oito dias.
Os 27 sobreviventes viveram então dias de luta e resistência para se manterem vivos diante das condições severas, o risco de congelamento nas montanhas e os próprios ferimentos causados pelo acidente.
Os sobreviventes não tinham equipamentos de socorro, nem roupas apropriadas para suportarem o frio.
A fome foi outro grande desafio vivido pelo grupo que, sem outra escolha, precisou recorrer ao canibalismo para sobreviver, já que em meio a montanha congelada não havia oferta alguma de alimento.
Como se realmente fosse um roteiro de filme, os sobreviventes precisaram ainda enfrentar uma avalanche que atingiu o local do acidente poucos dias depois.
O grupo tentou de inúmeras maneiras escapar do local do acidente para pedir ajuda, mas o isolamento geográfico da região e os riscos de desidratação, desnutrição e o frio extremo pôs fim as tentativas.
Apenas em 22 de dezembro de 1972 que uma ação bem sucedida do grupo resultou na operação de resgate que colocou fim ao pesadelo vivido pelos sobreviventes.
O acidente rendeu uma série de publicações jornalísticas em todo o mundo, além de livros.
O filme completo pode ser assistido na Netflix. Veja o trailer a seguir: