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Israel choca o mundo com o Mossad: a maior potência global de espionagem, com inteligência secreta implacável que reina soberana

Conheça as operações secretas mais ousadas do Mossad, o temido serviço de inteligência de Israel, responsável por caçadas globais que resultaram em grandes prisões

por Bassani Publicado em 12/06/2025
Israel choca o mundo com o Mossad: a maior potência global de espionagem, com inteligência secreta implacável que reina soberana

Por trás de algumas das operações mais discretas e impactantes da história contemporânea está o Mossad, o serviço secreto de inteligência exterior de Israel. Fundado oficialmente em 1949, o órgão tem como missão principal proteger os interesses do Estado israelense e da comunidade judaica no mundo, por meio de ações que envolvem espionagem, contraespionagem, sabotagem, combate ao terrorismo e coleta de informações estratégicas.

Seu nome completo, HaMossad leModi’in uleTafkidim Meyuchadim, significa “Instituto de Inteligência e Operações Especiais”, refletindo a abrangência de suas atividades. Com um lema extraído do livro de Provérbios, a agência destaca a relevância da inteligência compartilhada e do planejamento meticuloso para o sucesso de suas operações. Ao longo das décadas, o Mossad se consolidou como uma das organizações mais influentes no cenário global de segurança e inteligência.

Responsável por caçadas globais como a que resultou na prisão de Adolf Eichmann na Argentina, em 1960, e em ações de resgate como a Operação Entebbe, em Uganda, o Mossad atua exclusivamente fora de território israelense. As operações domésticas são tarefa do in Bet, a agência de segurança interna. Juntas, as duas instituições formam o coração do aparato de segurança do Estado de Israel.

Estrutura, métodos e recrutamento: como opera o Mossad?

A estrutura organizacional do Mossad é descentralizada, o que confere grande autonomia às suas equipes operacionais em campo. O chefe da agência, nomeado diretamente pelo primeiro-ministro de Israel, comanda divisões altamente especializadas. Uma das mais temidas é a unidade Kidon, responsável por execuções e sequestros seletivos. Já a divisão Tsomet cuida do recrutamento e gerenciamento de agentes estrangeiros, enquanto o setor Tevel mantém canais de cooperação com outras agências de inteligência ao redor do mundo.

Esse modelo flexível de comando permite respostas rápidas a ameaças em constante mutação e facilita ações em múltiplos países de forma simultânea. Os agentes operam sob altíssimo sigilo, com liberdade para tomar decisões críticas em tempo real, mesmo durante missões de risco extremo.

O processo de recrutamento é um dos mais exigentes do planeta. O Mossad procura candidatos com habilidades analíticas, domínio de idiomas, capacidade de operar sob pressão e, acima de tudo, discrição absoluta. Muitos agentes vêm das Forças de Defesa de Israel (IDF), sobretudo de unidades de elite como a Sayeret Matkal, famosa por seu rigor e excelência tática. No entanto, civis com conhecimentos avançados em áreas como cibersegurança e tecnologia da informação também são cada vez mais visados, refletindo a crescente importância da inteligência digital.

Os aspirantes passam por um crivo intenso: avaliações psicológicas, físicas e testes operacionais que simulam situações reais, incluindo simulações de campo com elementos de combate, persuasão, infiltração e sobrevivência.

Operações secretas que moldaram a história: os bastidores das missões mais audaciosas do Mossad

O Mossad é conhecido por ter protagonizado algumas das operações secretas mais impressionantes do século XX e XXI. Entre os marcos históricos está a Operação Entebbe (1976), na qual comandos israelenses libertaram reféns em Uganda após o sequestro de um avião da Air France. Outro exemplo é a Operação Diamante (1966), que envolveu a deserção de um piloto iraquiano e a entrega de um caça soviético MiG-21 a Israel, uma vitória estratégica durante a Guerra Fria.

A agência também esteve por trás da Operação Ira de Deus, que caçou e eliminou membros do grupo terrorista Setembro Negro, responsáveis pelo massacre de atletas israelenses nas Olimpíadas de Munique, em 1972. Essa campanha se estendeu por anos e se espalhou por vários continentes, demonstrando a capacidade do Mossad de sustentar missões de longo prazo com alvos múltiplos.

Mais recentemente, o Mossad foi apontado como responsável por ações de sabotagem contra o programa nuclear iraniano e pela eliminação de cientistas ligados ao projeto, embora o governo israelense raramente confirme oficialmente tais operações.

A atuação da agência também ganhou notoriedade no universo do entretenimento. O filme Munique (2005), dirigido por Steven Spielberg, dramatiza a resposta israelense ao massacre de Munique. Já Operação Final (2018) narra, com riqueza de detalhes, a captura de Eichmann. A série Fauda, embora centrada em forças especiais de contraterrorismo, mostra os dilemas operacionais vividos por agentes israelenses em missões secretas, ecoando o modus operandi do Mossad.

Essas produções ajudam a alimentar o fascínio do público pela agência, ao mesmo tempo em que levantam questionamentos éticos sobre as táticas empregadas em nome da segurança nacional.

Nas sombras do poder: como o Mossad redefiniu a inteligência global

O Mossad consolidou-se como um dos serviços de inteligência mais eficazes, temidos e misteriosos do mundo. Sua combinação de planejamento rigoroso, ações precisas e capacidade de adaptação constante tornou a agência um pilar essencial da segurança israelense. Do resgate de reféns a assassinatos seletivos, passando por sabotagens cibernéticas e operações de contraespionagem, o Mossad opera nas sombras, mas seus efeitos reverberam em toda a geopolítica do Oriente Médio e além.

Seu legado, tanto operacional quanto simbólico, serve como exemplo de como a inteligência estratégica pode moldar os rumos de um país, mesmo quando isso significa agir longe dos holofotes, entre códigos, disfarces e decisões que mudam o curso da história.

Fonte: Uol

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