GOVERNABILIDADE NÃO SE COMPRA… É CONQUISTADA
Gen Gilberto Rodrigues Pimentel – 05 de outubro de 2015
Ao dar por concluída a anunciada reforma ministerial, a presidente Dilma declarou que a fez, dentre outras razões, para “ampliar a governabilidade.” Na verdade nada de efetivo aconteceu.
O novo ministério, em termos de qualidade, é ainda mais fraco que o anterior, se é que isso é possível.
Mais uma vez funcionou o velho “toma lá da cá”. O “toma lá”, estamos cansados de saber, são os recursos públicos, ao final o nosso suado dinheiro, que continuará sendo usado de forma criminosa para cooptar os maus políticos que, infelizmente, parecem ser mesmo tantos pilantras quanto Lula uma vez se referiu, numa das poucas verdades que já pronunciou. Faltou incluir-se naquele grupo. A esses políticos move uma só aspiração: manter a qualquer custo vantagens e prerrogativas. O Brasil que se dane!
O “da cá” são os votos que, a presidente espera, virão em forma de apoio cego e submisso do Congresso para que o país continue a rolar ladeira abaixo rumo ao desastre inevitável e total.
Mas o desespero do governo tem tudo para não dar certo. Collor já tentou isso no passado. Lembram-se? Estão desprezando, uma vez mais,
a capacidade de indignação do povo. Ele demora mais explode. Alguém deveria ensinar à presidente que não é dessa forma que se “amplia governabilidade”, pois ela não é produto de coalizões espúrias, não se compra…, se conquista. E a conquista, além de competência, exige muitas qualidades do governante.
Ele, o governante, deverá ter sido respeitoso de princípios éticos e morais já na condição de candidato. Não pode mentir, distorcer, iludir, prometer o que não vai cumprir, menos ainda, depois de eleito, fazer exatamente o contrário do que prometeu. Enfim, não deve “fazer o diabo para se eleger”. E a nossa presidente? Observou alguma dessas regras?
Para conquistar a governabilidade, é necessário prestígio, ser capaz de exercer liderança, de conduzir, de convencer, de articular, de ser político, afinal, no bom sentido da palavra. Nossa presidente, desde logo, foi comparada a um “poste”. Uma invenção esperta do ambicioso ex-presidente, a quem agora se entrega de forma definitiva.
A governabilidade supõe ainda uma gestão limpa, honesta, dirigida a toda a sociedade, sem discriminações, sobretudo quando elas derivam de ideologias estranhas às tradições do país.
O governo está terminado. Não tem legitimidade. O melhor a fazer para não prolongar a agonia seria que a presidente se afastasse livrando-nos de suas trapalhadas e permitindo um recomeço que, de qualquer forma, não será fácil. Em: https://clubemilitar.com.br/o-pensamento-do-clube-militar-9/