Noticiada apenas pela imprensa especializada ou por sites independentes, a passagem da aeronave militar americana WC-135R, que sobrevoou o litoral brasileiro, invadindo espaço aéreo controlado pelo Brasil sem ter feito nenhuma comunicação prévia – pior, sem ter dado a mínima para a posterior cobrança de explicações dos controladores aéreos brasileiros – ainda permanece uma incógnita.
O completo silêncio da grande mídia, aliado ao silêncio da própria Força Aérea Brasileira, gerou a sensação de que se trata de caso sem relevância. Mas, e se fosse o oposto? E se um avião estrangeiro invadisse o espaço aéreo dos Estados Unidos? Será que os norte-americanos teriam a mesma reação? É caso de pouca preocupação como fazem parecer? Por que, passado quase um mês, ainda estamos sem respostas?
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Revista AERO Magazine também sem respostas
A revista especializada no mundo da aviação AERO Magazine recentemente buscou contato com a FAB a fim de obter informação acerca do episódio, porém, segundo a revista, até agora não houve retorno.
A revista ainda chama a atenção para um fato curioso e não percebido por ninguém mais: “o fato do avião ter mantido seus sistemas visíveis para o rastreamento por plataformas como o Flightradar 24. Ao tornar o avião rastreável houve interesse de ser visível a todos”, diz a revista.
Saiba mais sobre o “Farejador Nuclear”
O Boeing WC-135R é um tipo de aeronave altamente especializada em missões de inteligência. Sua projeção remete aos ensaios nucleares iniciais, com origens dos voos de rastreamento de partículas atômicas em meados de 1947.
Os Estados Unidos são os grandes fabricadores desse tipo de tecnologia de aeronaves militares, dentre as quais, já usadas pelos americanos para tais missões, estão o WB-29 (um bombardeiro B-29 modificado), o WB-50 (originado de um B-50 Superfortress) e da família WC-135, incorporado à frota a partir de 1965.