Cada vez mais os Americanos e Chineses colocam o Brasil como objetivo em uma disputa por influência militar e política. Sabendo que os militares brasileiros têm uma evidente predileção pelos norte-americanos, o atual governo brasileiro – de esquerda – procura escalar, de forma ponderada e procurando evitar atritos com os chefes militares, a integração com as Forças Armadas da China.
A mídia internacional já percebeu as mudanças e devido ao poder que o Brasil tem no que diz respeito a uma recomposição no jogo de forças entre as grandes potências ocorre um abrupto aumento no número de debates, artigos e análises comparativas entre as Forças Armadas Brasileiras e as de outras grandes potências militares.
Recentemente generais chineses visitaram instalações militares no Brasil e o episódio acabou incomodando os militares dos Estados Unidos na medida em que, além de equipamentos importados dos EUA, muitas doutrinas militares desenvolvidas por eles são aplicadas no dia a dia das instituições militares do Brasil.
Oficiais e sargentos do Exército, Marinha e Aeronáutica do Brasil com muita frequência viajam aos Estados Unidos para longos períodos de aprendizado.
Um exemplo recente disso foi a visita feita por uma equipe da Marinha do Brasil aos Estados Unidos. O corpo de fuzileiros navais brasileiro está iniciando a contratação de soldados do sexo feminino e buscava informações com os militares norte americanos sobre como efetuar essa transição para a perfeita integração entre homens e mulheres na mesma tropa de elite. Oficiais e praças do Brasil passaram 5 dias em missão nos EUA.
Atualmente há vários oficiais brasileiros lotados em organizações militares nos Estados Unidos.
Observações sobre as Forças Armadas brasileiras em sites da China e Estados Unidos
O site norte americano Military Power, ao mencionar os militares do Brasil e da China e a respectiva capacidade de mobilização de tropas nos países, estimou que o Brasil pode convocar 53 milhões de pessoas em caso de uma guerra.
BRASIL | CHINA COMUNISTA | |
Pessoal ativo | 334.500 | 2.035.000 |
Pessoal da reserva | 1.340.000 | 2.000.000 |
Disponível para convocação | 53.350.703 | 385.821.101 |
Já o site chinês BAIDÚ, que mantém o maior diretório de sites e o maior sistema de busca de informações da internet chinesa, diz em artigo publicado em junho de 2023 que o Brasil vive medíocres condições econômicas e que as Forças Armadas estão mais voltadas para questões internas. Segundo o site o Brasil poderia, caso precisasse, mobilizar mais de 100 milhões de soldados.
” Considerando o tamanho da população do Brasil, o país pode mobilizar mais de 100 milhões de efetivos, dos quais cerca de 86 milhões de cidadãos estariam qualificados para o serviço militar. Como o maior país da América do Sul, a localização geográfica do Brasil é relativamente segura, e a região norte é coberta por densas selvas, portanto a possibilidade de enfrentar uma agressão estrangeira é relativamente baixa. Além disso, devido às medíocres condições econômicas domésticas e ao desenfreado tráfico de drogas e crimes violentos por muito tempo, as Forças Armadas do Brasil estão mais inclinadas a realizar tarefas antimotins internas, desempenhando um papel semelhante à gendarmaria e às forças policiais armadas de outros países… “
Segundo apurado pelo Baidu: “o Brasil possui 439 tanques, 1.958 blindados e 42 caças. Os ativos totais da Marinha incluem 112 navios. Seu orçamento de defesa chega a US$ 18,7 bilhões, sendo também um dos três únicos países neste ranking sem armas nucleares”
O orçamento militar da China chega a 290 bilhões de dólares por ano e o dos Estados Unidos 800 bilhões de dólares.
Influência chinesa, cenários e decisões
Estudo recente realizado com a orientação de instrutores norte americanos e militares brasileiros na Marine Corps University, entre 2020 e 2021, instituição de ensino militar de alto nível nos Estados Unidos, aponta que em breve o Brasil pode ter que de fato optar sobre quem é o seu aliado militar
Diz trecho do trabalho de conclusão de curso com cerca de 45 páginas (tradução livre): “A crescente influência chinesa no Brasil pode mudar as relações Brasil-EUA. Primeiro, os EUA podem perceber que a China está preenchendo o vácuo econômico da região e decidir mudar sua postura intensificando as relações com o Brasil. Esse cenário seria bom para o lado brasileiro. Enquanto as grandes potências lutam por influência, o Brasil pode se beneficiar do apoio tanto da China quanto dos Estados Unidos.
Em outro cenário: “… as grandes potências podem obrigar o Brasil a escolher entre um dos dois países. O Brasil teria que levar em consideração muitos fatores, inclusive sua distância geográfica; relações históricas; identidades sociais, culturais e políticas; e relevância econômico-financeira. Isso seria complicado porque existem muitos domínios onde as duas grandes potências competem por influência no Brasil como este trabalho mostrou até aqui. Dependendo de qual lado o Brasil escolher, a cooperação militar Brasil-Estados Unidos pode se intensificar ou ser encerrada.