Em um evento denominado Seminário Internacional – “A Justiça Militar Contemporânea”, patrocinado pelo CNJ, em palestra proferida nessa quinta-feira (26/10) pela manhã, o desembargador Fernando Galvão, da justiça militar Minas Gerais, falou, entre outras coisas, sobre o caos na segurança pública. Ao mencionar questões que têm afligido o país o jurista deixou claro que há um paradoxo em achar que o programa do Monark é ameaça a democracia em um tempo em que facções criminosas mantém 2.4 milhões de cidadãos reféns.
” … E aí a gente pensa assim a gente fala tanto em estado de direito né estado democrático direito, como é que o estado democrático direito vive convive com uma situação dessa? Como a gente pode dizer que há estado democrático de direito? 2.442.000 pessoas é mais do que a população de Belo Horizonte, mais que a população na Faixa de Gaza…”
Sobre o Primeiro Comando da Capital o magistrado disse: “O PCC tem representação em alguns países… como é que enfrenta uma coisa dessa? Tem juiz corajoso para enfrentar uma coisa dessa? Vamos ser sincero o PCC mata o juiz que ele quiser matar não tem dúvida não tem dúvida a gente não pode trabalhar com a lógica do juiz Valente “
“Quando você examina os 18 mandamentos, percebe que são pessoas que têm uma ética até admirável. O PCC tem um regime disciplinar com 45 itens, e dentre eles, alguns podem resultar em uma condenação à pena de morte. E a gente diz que não tem pena de morte no Brasil. Em cada um desses 18 itens do estatuto do PCC, existe uma doutrina que explica. A mesma coisa acontece no regime disciplinar. Nós temos uma cartilha de conscientização no PCC, e isso está publicado na internet.”
“… Para quem acha que o Monark, um programinha de bobo conversando, é ameaça à democracia … o que dizer disso aqui ó estatuto do Primeiro Comando da Capital e nós vamos então encontrando os documentos está no ar agora … e lá embaixo, depois dos livros doutrinários e dos links para outros documentos, tem uma parte de comentários. O último comentário, de poucos meses atrás, de um moço diz: ´Ei, como é que eu faço para entrar na família? Eu sou advogado criminal e quero lutar contra o sistema opressivo’ . Isso é inacreditável.”
Robson Augusto – Revista Sociedade Militar
A palestra completa – Seminário Internacional – “A Justiça Militar Contemporânea”, patrocinado pelo CNJ – pode ser assistida no vídeo abaixo