Corporações constituídas em nome de “laranjas”, contratos de montantes expressivos para o fornecimento de equipamentos e uniformes, um rastro de suspeitas. Esta é a trama que levou o Comando do Exército a suspender contratos no valor de R$ 17 milhões, após a reportagem do jornal Metrópoles expor as irregularidades.
No epicentro da investigação encontram-se as empresas Camaqua Comércio de Confecções e Serviços e Duas Rainhas Comercio de Artigos Militares. Ambas, que conjuntamente participaram de 157 licitações, não hesitaram em constituir um verdadeiro batalhão de “laranjas” para assegurar a vitória nos processos. Jovens de 20 e 21 anos, alguns até mesmo beneficiários de auxílio emergencial durante a pandemia, teriam sido recrutados para representar as empresas, enquanto os verdadeiros proprietários do esquema permaneciam ocultos.
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Clique aqui para entrarE quem são esses indivíduos proeminentes? Entre eles, o contador Luiz Romildo de Mello, figura recorrente em operações da Polícia Federal por fraudes em licitações, e o empresário Artur Wascheck Neto, conhecido por sua participação no escândalo dos Correios e por ter gravado um diretor da estatal recebendo propina.
A empresa Duas Rainhas, fundada em 2022, destaca-se como a protagonista deste drama. Em apenas seis meses, a empresa tornou-se a principal fornecedora de bens materiais para o Exército, arrebatando um contrato de R$ 9,2 milhões para a entrega de macacões às tropas. Mas adivinhe quem assinou os atestados de capacidade técnica da Duas Rainhas? Exatamente, outras empresas vinculadas ao contador Luiz Romildo de Mello.
O Ministério Público Militar (MPM) já está conduzindo uma investigação sobre o caso, buscando determinar se houve favorecimento das empresas nas licitações, superfaturamento dos contratos ou outros delitos. O Exército também está realizando um procedimento administrativo interno para apurar as irregularidades.
A suspensão dos contratos é apenas o primeiro passo para desvendar esta rede de falcatruas.
Fonte: Metrópoles