Artigo publicado na Revista Diálogo Américas, publicação mantida pelo Comando Sul das Forças Armadas dos Estados Unidos (SOUTHCOM), por determinação do Departamento de Defesa, publicou artigo de autoria de Raúl Sanchez, onde adverte a dá detalhes sobre a presença do Hezbollah na América Latina, citando o Brasil com um dos locais principais onde o grupo terrorista se aloja.
“A organização terrorista Hezbollah está presente em mais de 40 países. No entanto, sua presença na América Latina é motivo de preocupação crescente na região, especialmente no Brasil, Colômbia, Equador, Panamá e Peru. Uma das regiões mais ativas para essa facção terrorista durante décadas tem sido a área da Tríplice Fronteira entre Argentina, Brasil e Paraguai, onde foram descobertos explosivos e financiamento através do narcotráfico, informa a rede de notícias alemã DW” Diz a Diálogo.
Segundo o artigo, Nos últimos anos, a América Latina tem se tornado um terreno fértil para a expansão de grupos terroristas islâmicos, com destaque para o Hezbollah, um grupo extremista libanês apoiado pelo Irã. Esse fenômeno é parte de uma estratégia mais ampla do Irã, que desde a década de 1980 vem aumentando suas atividades na região, tanto em termos culturais quanto militares e paramilitares.
Estratégia multifacetada
A estratégia do Irã e do Hezbollah na América Latina é multifacetada. Por um lado, o Hezbollah busca se infiltrar em comunidades locais, muitas vezes através das vastas comunidades de migrantes xiitas libaneses, para estabelecer uma base de operações. Eles penetram em negócios ilegais, como narcotráfico, mineração ilegal ou lavagem de dinheiro, com uma parte significativa desses recursos sendo enviada ao Líbano para financiar suas atividades militares. Segundo o Infobae, essa penetração econômica e social é um dos principais fatores do desastre econômico no Líbano, comparando a situação atual do país com a da Venezuela.
Por outro lado, o Irã tem usado o Hezbollah para avançar seus próprios objetivos políticos na região. As recentes visitas de altos funcionários iranianos a países como Venezuela, Cuba e Nicarágua indicam uma tentativa de fortalecer laços com regimes autoritários e anti-democráticos, visando desestabilizar a democracia na região e criar problemas para os Estados Unidos.
Um dos focos principais dessa expansão tem sido a Tríplice Fronteira entre Argentina, Brasil e Paraguai, uma área com vastas movimentações de dinheiro e uma infraestrutura que facilita operações ilegais sem chamar muita atenção. A fragilidade institucional da região é frequentemente citada como um fator que permite a atuação desses grupos sem grandes impedimentos.
Sem chamar muita a atenção, atrações internacionais
“A Tríplice Fronteira é “uma área comercial onde circula muitíssimo dinheiro, com infraestrutura muito completa e muito bem conectada ao resto do mundo”, explica à DW o criminologista Juan Martens, diretor do Instituto de Estudos Comparados em Ciências Criminais e Sociais do Paraguai e pesquisador da Universidade Nacional de Pilar. “Não há apenas três aeroportos internacionais; há também atrações, como as Cataratas de Iguaçu, tornando-a uma área turística que permite uma presença anônima, sem atrair muita atenção.”
A presença desses grupos não se limita a atividades criminosas; eles também possuem células terroristas ativas capazes de executar ataques terroristas, como evidenciado pelos ataques na Argentina e planos de ataque recentemente desbaratados no Brasil. A Argentina, reconhecendo a gravidade da situação, foi o primeiro país da região a classificar o Hezbollah como uma organização terrorista.
Com o objetivo de neutralizar as organizações do narcotráfico e os grupos ligados ao terrorismo, o governo argentino inaugurou, em 15 de janeiro desse ano, um Centro de Análise de Inteligência Criminal em Puerto Iguazú, exatamente na região da Tríplice Fronteira compartilhada por Argentina, Brasil e Paraguai, segundo informou o jornal La Nación.
Dados de: https://dialogo-americas.com/pt-br/articles/hezbollah-entrincheirado-na-america-latina/ e La Nacíon