Evento normal é a atracação ou desatracação de um navio de guerra ou submarino. Quando o mesmo inicia seu período de atividade são inúmeras as atracações e desatracações da embarcação, testes de máquinas, testes de mar etc. O submarino Humaitá foi brindado com grandes eventos, por ocasião do lançamento e por fim, com a entrega para o setor operativo da Marinha, que ocorreu em 12 de janeiro de 2024. Nesse evento a embarcação e tripulação foram prestigiados com a presença do Ministro da Defesa e dezenas de outras autoridades.
Entretanto, nesse 4 de abril de 2024 a Marinha celebrou mais um evento festivo, foi a “cerimônia alusiva a primeira atracação” da embarcação na Base Almirante Castro e Silva, na Inlah de Mocanguê, conhecida como Base de Submarinos.
O texto no portal da Marinha do Brasil dizia: “… Na manhã desta quinta-feira (4), o Complexo Naval de Mocanguê (CNM) testemunhou a primeira atracação de um submarino da Classe “Riachuelo”. O Submarino “Humaitá” (S41), sediado em Itaguaí (RJ) … Uma cerimônia alusiva à primeira atracação dos submarinos Classe “Riachuelo” foi realizada, ainda nesta quinta-feira (4), na BACS, contando com a presença de autoridades e submarinistas ilustres como o Ex-Ministro da Marinha (1984-1985) e Ex-Comandante da Força de Submarinos, Almirante de Esquadra Alfredo Karam; e o Comandante da Marinha, Almirante de Esquadra Marcos Sampaio Olsen… Onde ele for manda um navio antes levar um flutuante kkkk eu servi na BACS”
Criticas de militares na reserva
A nota chamou a atenção de oficiais e praças antigos e na reserva, que em grupos fechados criticaram a realização de mais um evento para a situação que sempre foi comum e rotineira, a atracação ou desatracação de um navio de guerra.
“É, realmente os tempos mudaram, ainda mais quando fazem disso uma ‘cerimônia alusiva à primeira atração’. Desculpem-me a ignorância quanto à cerimônia de primeira atração, mas PQP estamos muito longe do profissionalismo.”, disse um oficial superior na reserva.
Flutuantes especiais
Outras críticas são dirigidas à afirmativa da Marinha de que foi necessário adaptações especiais para receber a embarcação e que o submarino precisa de flutuantes especiais afixados ao cais. Oficiais na reserva criticaram a coisa e questionaram se então ele só poderá atracar na Base de Submarinos, sem possibilidade de ser abastecido em nenhum outro porto do país.
“Onde ele for manda um navio antes levar um flutuante kkkk… que coisa esquisita… estamos evoluindo ou regredindo?”
“quer dizer que esse submarino não pode atracar em portos civis porque não tem protetor? Como é que faz, ele vai rebocar os próprios protetores e defensas para o local onde vai atracar?”
Oficial submarinista ouvido pela Revista Sociedade Militar explicou que a questão das defensas / flutuantes é provisõria e que em breve a ambarcação poderá atracar na maioria dos portos.